quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Papa Francisco presidiu à «Missa do Galo», na Basílica de São Pedro

O Papa Francisco afirmou, no Vaticano, que o Natal é sinal da paciência, proximidade e ternura de Deus, que permite enfrentar as “situações difíceis” não a partir de “soluções pessoais” mas dos critérios do Evangelho.

“Nesta Santa Noite, ao contemplar o Menino Jesus nascido e colocado numa manjedoura, somos convidados a refletir: Como acolhemos a ternura de Deus? Deixo-me aproximar dele, deixo-me abraçar por ele ou impeço que Ele se aproxime?”, questionou o Papa na missa da Noite de Natal, na Basílica de São Pedro.

O Papa Francisco sublinhou que a “fragilidade” de Deus, no presépio, assume os “sofrimentos”, as “angústias” e os “limites” de todas as pessoas.

Para o Papa, o presépio é sinal do “afeto” de Deus, que se avizinha da “pequenez” da pessoa humana.

“A mensagem que todos esperavam, que todos procuravam no fundo da própria alma não era outra que a ternura de Deus, que nos vê com olhos cheios de afeto, enamorado da nossa pequenez”, afirmou o Papa Francisco.
Para o Papa, o mais importante não é “procurar Deus” mas permitir que Deus encontre cada pessoa.
“A coisa mais importante não é procura-Lo mas deixar que seja Ele a procurar-me, a encontrar-me, a acariciar-me com a sua benevolência”, defendeu o Papa na Basílica de São Pedro.
De acordo com o Papa Francisco, acolher a ternura de Deus implica ter “a coragem” de enfrentar as “situações difíceis” e os problemas do quotidiano não a partir de “soluções pessoais”, mesmo que sejam “eficientes”, mas dos critérios do Evangelho.

“A vida tem de ser enfrentada com bondade, com mansidão”, defendeu o Papa rejeitando atitudes “arrogantes e soberbas” de quem estabelece “leis segundo os critérios pessoais”

“Quando damos conta de que Deus está enamorada da nossa pequenez, que ele mesmo se faz pequeno para nos encontrar, temos de abrir o nosso coração e suplicar-Lhe: Senhor, ajuda-me a ser como Tu, dá-me a graça da ternura nas circunstâncias mais duras da vida, dá-me a graça da proximidade diante de todas as necessidades”, referiu o Papa na homilia da missa da Noite de Natal, no Vaticano
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Fonte: (Cidade do Vaticano, 24 dez 2014 (Ecclesia) )


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal do Arcipreste de V. N. de Famalicão

“Jesus é o Amor verdadeiro que, no Natal, precisa germinar em nós!”

Caros cristãos do nosso Arciprestado,
A grande festa do Natal, que celebraremos dentro de poucos dias, é tradicionalmente uma época que nos interpela, particularmente, à solidariedade e à partilha do que temos em favor dos menos favorecidos, num múltiplo e crescente proliferar de várias campanhas e iniciativas de cariz social que chegam até nós das mais diversas formas.
No entanto, sabemos que os pequenos gestos de partilha que possamos praticar nesta época nem sempre provocam em nós, no mais íntimo do que somos, a transformação profunda desejável e que se torna um imperativo incontornável para uma vivência plena e frutífera da Fé que professamos.
De facto, mais do que um gesto pontual de doação de algo, precisamos de, à semelhança do desafio que abraçamos ao longo do caminho de Advento, ter a coragem de deixar que o Amor germine em nós! Para tal é necessária uma conversão de vida, respondendo ao apelo de João Baptista proferido nas margens do Jordão! Precisamos reaprender a humildade de ser simples, como um vaso de barro que se esvazia de si mesmo para, vigilante, se dispor para “apenas” servir! É necessário ser terra fértil que se prepara para acolher nas suas entranhas a semente que nos irá mudar para sempre, restaurando-nos numa alegria sem par! É preciso ser semente que repousada na húmida escuridão da terra se anula a si mesma para dar vida nova, fecunda e abundante, regada pela água refrescante da Fé que sempre nos restaura e alenta! Só assim, na vida de cada um de nós, se cumprirá o prenúncio alegre e reconfortante de Isaías: “Como a terra faz brotar os germes e o jardim germinar as sementes, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor diante de todas as nações” (Is 61, 11).
Germinar no Amor implica, efectivamente, uma mudança exigente e profunda, implica que toda a nossa vida seja oferta de amor permanente e perene! Não basta oferecer um determinado bem material e depois regressarmos à nova vida, mergulhados nos nossos interesses mesquinhos, nos nossos caprichos consumistas ou na nossa indiferença gelada e paralisante! De que adiantará a oferta de algo de que até podemos dispor sem grande esforço ou renúncia, se depois na nossa vida de todos os dias, na família, no trabalho, na escola, na paróquia ou no grupo de amigos não vivemos como crentes e baptizados e parecemos ter um Fé morta, ou pelo menos adormecida e apática, que pouco ou nenhum fruto produz? Não deixa de ser paradoxal que às vezes nos seja mais fácil oferecer um pacote de leite ou um pão do que um simples, mas libertador e reconfortante, sorriso, ou um terno e quente abraço ou ainda um pedaço do nosso tempo para estar com alguém que mais do que precisar do que temos para lhe dar, precisa de nós, da nossa presença, do nosso afecto!
A este propósito, apraz-me recordar S. João Paulo II que, durante o seu pontificado, referiu em vários dos seus escritos a urgência de uma “nova fantasia da caridade”, na medida em que não bastará amar os outros, mas “inventar” novas formas de os amar e de nos darmos sem reservas aos mil e um cuidados desse amor e à prática de todas as obras de misericórdia!
Jesus é, caras amigas e amigos, o Amor verdadeiro que, no Natal, precisa germinar em nós… Ele é o Amor maior e inesgotável, mas ao mesmo tempo interpelativo, capaz de nos desinstalar e de nos tornar inventores criativos dessa “nova fantasia da caridade”! Jesus é o Deus feito homem, “o Verbo feito carne que veio habitar entre nós” (cf. Jo 1, 14), para que possamos experimentar a alegria do encontro com Ele, Salvador do mundo, e para nos desafiar a sair ao encontro de todos os irmãos, sobretudo dos que mais sofrem e que nestes tempos, particularmente austeros e sombrios, mais carecem do anúncio vivo da alegria do Evangelho!
D. Jorge Ortiga, Arcebispo Primaz de Braga, na sua Mensagem para este Advento, destacava precisamente esta necessidade de irmos ao encontro, como Jesus, o Emanuel, que significa “Deus connosco”, vem para o nosso meio, para que assim possamos “redescobrir o nosso vizinho, o nosso colega de trabalho, o nosso familiar e intuir as suas necessidades materiais e espirituais”.
Nesta lógica, sejamos como os pastores de Belém e apressemo-nos a encontrar o Menino Jesus, presente e vivo na gruta da vida de todos os que nos rodeiam, sobretudo dos que mais sofrem. Sejamos também como os Reis do Oriente e levemos-Lhe presentes… o presente do Amor que d’Ele recebemos e que queremos oferecer a todos, o presente do perdão, da justiça, da verdade, da esperança, da alegria sem ocaso… o presente do que de mais doce podemos ser, num sorriso, num olhar, num gesto, numa palavra, num abraço!
No fundo, S. Paulo explica-nos bem este imperativo na sua carta aos Colossenses, pois recorda-nos que, “como eleitos de Deus, santos e predilectos, devemos revestir-nos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência, revesti-vos, acima de tudo, da caridade, que é o vínculo da perfeição”. (cf. Col 3, 12.14).
É este o grande desafio que vos deixo a todos, irmãos na fé em Jesus Cristo: façamos do Natal a grande festa do Amor que germina e viceja em nós, nas vidas de todos nós, para que “todos os confins da terra possam ver a salvação do nosso Deus” (cf. Is 52, 10)!

A todos um Santo e Feliz Natal!
Um Próspero e fecundo ano de 2015!

O Arcipreste
P.e Paulino Carvalho

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Papa assinala 78 anos com desejo de que famílias acolham Cristo e reza pelas vítimas e executantes de ataques terroristas

«Que a proximidade do nascimento de Jesus avive em todas as nossas famílias o desejo de recebê-lo com um coração puro e agradecido», afirmou hoje o papa Francisco perante milhares de pessoas reunidas na Praça de S. Pedro, no Vaticano, no dia em que celebra 78 anos.

Os fiéis, entre os quais muitos dançadores de milonga que partir das 16h00 desta tarde (15h00 em Portugal continental) protagonizarão um “flashmob” dedicado à milonga argentina, que o papa aprecia particularmente, deram os parabéns a Francisco em várias línguas.

Um grupo de seminaristas argentinos, com os quais o papa conversou durante alguns minutos, ofereceu-lhe um bolo, e ele apagou as velas e bebeu chá mate, bebida típica do seu país natal, relata o site “Il Sismografo”.

Na audiência geral, o Papa Francisco frisou que o nascimento de Jesus «abre um novo começo na história universal do homem e da mulher».

O papa lembrou que as catequeses das quartas-feiras passaram a ser dedicadas à família, tendo em vista o sínodo sobre o mesmo tema que decorrerá em outubro de 2015, no Vaticano.

«A proximidade do Natal recorda-nos que Deus quis nascer numa família», numa «pequena» povoação do Império Romano, assinalou: «Não em Roma, não numa grande cidade, mas numa periferia quase invisível» e até «de má fama».

Jesus permaneceu cerca de 30 anos em Nazaré, «levando uma vida normal, no seio de uma família israelita piedosa e trabalhadora».

«Os Evangelhos, na sua sobriedade, nada referem sobre a adolescência de Jesus e deixam esta tarefa à nossa afetuosa meditação. A arte, a literatura, a música percorreram este caminho da imaginação», apontou.

Francisco sublinhou que a família de Jesus, que teve de «superar muitas dificuldades por causa dele», não era «irreal» ou pertencia a uma «fábula»: «Eles ajudam-nos a redescobrir a vocação e a missão da família, de toda a família».

«Cada família cristã – como fizeram Maria e José – pode antes de tudo acolher Jesus, ouvi-lo, falar com Ele, guardá-lo, protegê-lo, crescer com Ele; e assim melhorar o mundo. Façamos espaço no nosso coração e nos nossos dias ao Senhor. Assim fizeram também Maria e José, e não foi fácil», acentuou.

O que aconteceu durante 30 anos, com a presença de Jesus entre os seus, pode continuar a ser verdade hoje: «Tornar normal o amor, e não o ódio, tornar comum a ajuda mútua, não a indiferença ou a inimizade. Não é por acaso que “Nazaré” significa “aquele que guarda”, como Maria que, diz o Evangelho, guardava no seu coração todas estas coisas».

«Todas as vezes que há uma família que guarda no coração este mistério da vocação e missão da família, ainda que seja na periferia do mundo, está a realizar-se o mistério do Filho de Deus. E Ele vem para salvar o mundo», realçou.

Após a catequese, o papa dirigiu-se, como habitualmente, aos peregrinos de língua portuguesa: «De coração vos saúdo a todos, confiando ao bom Deus a vossa vida e a dos vossos familiares. Muito obrigado pelos votos formulados pelo meu aniversário e para as próximas festas natalícias, que retribuo desejando-vos um Santo Natal e um Ano Novo repleto das bênçãos do Deus Menino».

No fim da audiência, o papa rezou pelas «vítimas dos desumanos atos terroristas» que ocorreram nos últimos dias na Austrália, Paquistão e Iémen: «O Senhor acolha na sua paz os defuntos, conforte os familiares e converta os corações dos violentos, que não se detém nem sequer diante das crianças».







sábado, 13 de dezembro de 2014

Fim do 1º Período - 2014/2015

O 1º período da catequese deste ano lectivo termina no dia 13 de Dezembro com a Missa da Catequese, sendo assim, não haverá catequese no dia 20 de Dezembro. As actividades só serão retomadas no próximo ano, Sábado 3 de Janeiro de 2015, no horário normal de catequese. 

Por fim, e em nome de toda a equipa, desejamos a todos, Bom Natal e um Próspero Ano de 2015.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

III DOMINGO DO ADVENTO 14/12/2014

Cor - Roxo ou rosa 

Primeira Leitura - Is 61, 1-2a. 10-11; Sal Lc 1, 46b-48. 49-50. 53-54

Segunda Leitura - 1 Tes 5, 16-24

Evangelho - Jo 1, 6-8. 19-28

domingo, 7 de dezembro de 2014

Alguns símbolos do Natal...

Anjo Gabriel - No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado da parte de Deus para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um homem, chamado José, da casa de David. O nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, o anjo disse-lhe: "Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo.” É o anjo da Boa-Nova, da esperança, da anunciação. Gabriel significa em hebraico Força de Deus e é considerado por muitos o principal dos anjos, por isso também ser denominado arcanjo.Segundo a tradição, os arcanjos são os mensageiros (em grego "angélos") de Deus das Boas Novas, que nos ajudam a dar bom rumo e direcção à nossa vida, dão-nos compreensão e sabedoria. É a ele que recorrem os que necessitam desses dons.

Estrela de Belém - É usada uma estrela na ponta da Árvore de Natal. Tem quatro pontas, representando o norte, o sul, o leste e o oeste. A misteriosa Estrela de Belém é citada na Sagrada Escritura em Mateus, capítulo 2, versículos 2, 9 e 10. É sempre usada como símbolo de alegria, de guia, para despertar e atrair. A estrela é luz permanente. Também é encontrada com seis pontas, que é sinal de paz. Após o nascimento de Jesus em Belém, ainda governava a Judeia o Rei Herodes, chegaram do Oriente a Jerusalém uns magos guiados por uma estrela ou um objecto controverso que, segundo a descrição do Evangelho segundo Mateus, anunciou o nascimento de Jesus e levou os Três Reis Magos até ao local onde este se encontrava. A estrela aponta o caminho para a plenitude e Jesus Cristo é a Estrela Guia da humanidade. Ele é o caminho, o Sentido, a Verdade e a Vida.

Presépio - Um dos símbolos mais comuns no Natal dos países católicos é a reprodução do cenário onde Jesus Cristo nasceu: uma manjedoura, animais, pastores, os três reis magos, Maria, José e o Menino Jesus. O costume de montar presépios surgiu com São Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado Giovanni Villita que criasse o primeiro. São Francisco, então, celebrou uma missa em frente deste presépio, inspirando devoção a todos que o assistiam. O sucesso dessa representação do Presépio foi tanto que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se introduziu nas casas nobres europeias e de lá foi descendo até às classes mais pobres. Na Espanha, a tradição chegou pela mão do Rei Carlos III, que a importou de Nápoles no século XVIII. A sua popularidade nos lares espanhóis e latino-americanos estendeu-se ao longo do século XIX, e na França, não o fez até inícios do século XX. Em todas as religiões cristãs é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeiramente inspirado nos Evangelhos.

Os Reis Magos - Os Três Reis Magos ou simplesmente Magos, são personagens da narrativa cristã que visitaram Jesus após o seu nascimento. A Escritura diz uns magos, que não seriam, portanto, Reis nem necessariamente três e, sim, talvez, sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela quantia dos presentes oferecidos. Guiados pela estrela, chegaram ao local onde estava o menino Jesus. Como se pretendia dizer que representavam os reis de todo o mundo, representando as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Assim, Belchior entregou-Lhe ouro em reconhecimento da realeza; Gaspar, incenso em reconhecimento da divindade; e Baltazar, mirra em reconhecimento da humanidade.
"Belchior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltazar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz".
Devemos aos Magos a tradição de trocar presentes no Natal.

Presentes - A ideia de trocar presentes no Natal está relacionada, entre outros motivos, aos magos que trouxeram presentes para o menino Jesus (Mt 2,11). O maior presente é Deus quem nos oferece em Cristo: uma vida abundante e repleta de alegria. A troca de presentes entre as pessoas é uma forma de lembrar que a oferta generosa de Deus em Cristo é para todos. O simbolismo do presente não é que, egoisticamente, acumulemos mil e um presentes ou presenteemos com segundas intenções. O simbolismo do presente é a partilha que permite que pessoas excluídas tenham acesso à vida boa e abundante. Presentear o necessitado é iluminar a nossa vida e a de quem recebe o presente!

Velas - A vela simboliza a luz que veio ao mundo com o nascimento de Cristo, como lemos no profeta Isaías 9.1: "O povo que andava na escuridão, viu uma forte luz; a luz brilhou sobre os que viviam nas trevas". Consumindo-se completamente para gerar luz, a vela simboliza a doação em favor da vida. Mesmo com toda a iluminação artificial, a vela conserva o seu valor. Jesus Cristo é a luz que ilumina nosso caminho: "Eu sou a luz do mundo, quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8,12). E "vós sois a luz do mundo ... não se acende uma candeia para se pôr debaixo de uma vasilha, mas num candelabro para que ilumine todos os da casa. É assim que deve brilha vossa luz" (MT 5,14-16).

Coroa de Advento - Um dos muitos símbolos do Natal é a coroa do Advento que, por meio do seu formato circular e das suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem as suas folhas no Outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança. Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. O círculo não tem princípio, nem fim. É sinal do amor de Deus que é eterno, sem princípio e nem fim, e também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. 
1º Domingo do Advento - Acende-se a primeira vela
A primeira vela convida-nos a refletir e aprofundar a chegada do Natal,  onde Cristo, Salvador e Luz do mundo brilhará para a  humanidade. Também não podemos esquecer o perdão concedido a Adão e Eva. A cor roxa recorda-nos a nossa atitude de vigilância e espera do Senhor que virá.
2º Domingo do Advento - Acende-se a segunda vela
A segunda vela acesa convida-nos ao arrependimento dos nossos pecados e à conversão; somos chamados a prepararmos, assim como São João Batista, o caminho do Senhor.  Esta vela lembra ainda a fé dos patriarcas e de São João Batista, que anuncia a salvação para todos os povos.
3º Domingo do Advento - Acende-se a terceira vela 
A terceira vela acesa convida-nos à alegria e ao júbilo pela aproximação da chegada de Jesus. A cor litúrgica de hoje, o rosa, indica justamente o Domingo da Alegria, à proximidade da chegada do Senhor. Esta vela lembra ainda a alegria celebrada pelo rei David e a sua promessa que, agora, se está a cumprir em Maria.
4º Domingo do Advento - Acende-se a quarta vela
A quarta vela marca os passos de preparação para acolher o Salvador, a nossa expectativa da chegada definitiva da Luz ao mundo. É o símbolo da nossa fé em Jesus Cristo, que ilumina todo o homem que vêm a este mundo. 

Azevinho – O Azevinho é um dos símbolos do Natal porque dizem que estendeu os seus braços durante a fuga da Sagrada Família para o Egipto para esconder Maria e o Seu Filho e assim impediu que os soldados de Herodes matassem o Menino Jesus. Então Maria, em agradecimento, abençoou o azevinho que, desde então, permaneceu sempre verde. O azevinho é a planta que traz a esperança e representa o amor, a fertilidade e a família.

   Pinheiro - É a única árvore que não perde as suas folhas durante o ano todo. Permanece sempre viva e verde. Existem várias teorias para explicar porquê o pinheiro se tornou a árvore símbolo do natal, na maioria dos países onde este se comemora. Conta a história, que quando Jesus nasceu, perto do estábulo onde Ele se abrigava, havia três árvores que resolveram também presenteá-lo. A palmeira escolheu a maior e mais bela palma, e fez dela um abano para o menino. A oliveira ofereceu o suave e perfumado óleo, para amaciar os pés do menino. E finalmente, o pinheiro, já tristemente conformado com a ideia de que não tinha nada a oferecer, pois as suas folhas eram como agulhas, e poderiam machucar o menino, percebe que muitas estrelas tinham pousado nos seus galhos, iluminando-o de tal forma, que o olhar de Jesus não podia resistir à beleza desta arvore, e por isso é que o pinheiro é enfeitado com muitas luzes.


Enfeites da árvore - Significam os nossos gestos concretos de amor aos nossos irmãos, mais uma forma de presentear as pessoas de quem gostamos. Esses gestos enfeitam a vida com cores de alegria, assim como as bolas, os laços e todos os outros objectos que enfeitam a árvore. Assim como vale a pena construir uma árvore e ao acabar olhar para ela com ar de satisfação e muita alegria partilhada com a família, também vale a pena construir uma vida envolvida em coisas boas e contemplá-la com júbilo maior.

    Sinos - Os sinos sempre representaram o instrumento que anunciava as grandes festas populares, e no Natal eles atingem a sua importância máxima. O sino anuncia que algo vai acontecer, no Natal esse acontecimento é o nascimento de Jesus.

   A Ceia - A ceia representava o Cordeiro pascal, a presença do Cordeiro que tira o pecado do mundo. Ela une as pessoas e festeja a vinda de Cristo. O simbolismo que o alimento tem na mesa no dia de Natal vem das sociedades antigas que passavam muita fome e encontravam em algum tipo de carne - o mais importante prato - uma forma de referenciar a Deus e a Jesus (ligada às palavras de Jesus: " Este é meu corpo"). Geralmente era servido porco, ganso - mais tarde substituído por peru, e peixe. Uma série de bolos e massas são preparados somente para o Natal e são conhecidos por todo mundo. Actualmente a ceia é a oportunidade de ter toda a família reunida, em volta da mesma mesa para partilhar a alegria e a mensagem: "Amai-vos uns aos outros".

     Bolo-rei - Este bolo está carregado  de simbologia, muito sinteticamente pode dizer-se que este doce representa os presentes oferecidos pelos Reis Magos ao Menino Jesus. A côdea (a parte exterior) simboliza o ouro; já as frutas secas e as cristalizadas representam a mirra; por fim, o incenso está representado no aroma do bolo. A explicação para a existência da fava no interior no bolo rei está ligada a uma lenda, segunda a qual quando os Reis Magos viram a Estrela de Belém que anunciava o nascimento de Cristo, disputaram entre si o direito de entregar ao Menino os presentes que levavam. Como estes não conseguiam chegar a um acordo, um padeiro, para pôr termo à discussão, propôs fazer um bolo com uma fava no interior da massa, em seguida, cada um dos três magos do  Oriente pegaria numa fatia, o que tivesse a sorte de retirar a fatia que possuísse a fava, ganharia o direito de entregar os presentes a Jesus. Não se sabe qual foi contemplado com a fatia premiada, pode ter sido qualquer um dos três, Baltasar, Belchior ou Gaspar.

    Missa do Galo - Celebra-se à meia-noite, na passagem do dia 24 para o dia 25 de Dezembro e apareceu no século V, pelas mãos dos católicos romanos. Como se pensa que Jesus terá nascido à meia-noite, a missa deve ser celebrada à meia-noite em ponto. Conta-se também que o galo foi o primeiro animal a presenciar o nascimento de Jesus, por isso ficou com a missão de anunciar ao mundo o nascimento de Cristo, através do seu canto. Por isso chamar-se Missa do Galo e ser uma das referências na festa de Natal dos cristãos.

Pai Natal - Foi inspirado no bispo Nicolau, que viveu e pontificou na cidade de Myra, Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras. Colocava o saco com moedas de ouro a ser ofertado na chaminé das casas. Foi declarado santo depois que muitos milagres lhe foram atribuídos. A sua transformação em símbolo natalino aconteceu na Alemanha e daí correu o mundo.




sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Três reflexões para catequistas

A Catequese do Catequista

Celebrar é, acima de tudo, dizer "obrigado". Nós celebramos a vida em cada aniversário, celebramos a saúde, uma intervenção médica que correu bem, os sorrisos das nossas crianças… Cada facto que celebramos é acoplado com gratidão. No dia do catequista demos graças por eles, pela sua identidade e vocação, que com o silêncio e muita humildade, vão construindo o Reino de Jesus.

O catequista é chamado a ser carinhosamente ele mesmo. Na verdade e na profundidade da sua identidade ecoa o chamado de Deus que o convoca a ser chama de Cristo, para que muitos homens e mulheres se encontrem com Ele. Quanta sintonia e quanta fidelidade! Como fazer-se autêntico eco? Como não ser um eco de outras vozes e outros ruídos capazes de distorcer a verdadeira identidade?
Neste dilema existencial: ser ou não ser o que Deus o convida a ser, está implícito na natureza humana do catequista. Caído e redimido. Fraco e forte. Imperfeito e chamado à plenitude. Seria impensável um catequista desprovido da graça de Deus. Seria impensável um catequista vagando, náufrago de processos educativos incapazes de fixar.
A natureza humana, aberta à ajuda da graça divina e ao auxílio humano da educação, aperfeiçoa-se e torna-se imagem e semelhança de Deus. É um terreno fértil em que Cristo cresce, moldando na personalidade do catequista todas as virtudes que o tornam capaz de ser o que Deus o convida a ser.
Neste processo educativo, a catequese tem o seu lugar próprio e inconfundível. Ela corresponde à educação da fé. E o catequista, como um homem de fé, necessita ser permanente educado nessa mesma fé que professa.

Para ser profundamente o mesmo, o catequista necessita fazer-se destinatário da catequese. Destinatário de itinerários formativos desenhados para ele, nos quais a educação na fé seja intencional e sistematicamente favorecida. Na rede integrada de várias dimensões assumidas pela formação dos catequistas, têm um lugar privilegiado a educação da fé, como uma virtude teologal que deve ser sustentado, fortalecida, encorajado, informada e testemunhada ao longo de toda a vida.
Mas, para ser profundamente o mesmo, o catequista precisa fazer-se destinatário, também, dos processos catequéticos concebidos para os seus catequizandos e catecúmenos. Ali, na sempre nova dinâmica do encontro o processo catequético, ali Deus trabalha sempre produzindo o inimaginável. Ali, no mistério de uma metodologia e de uns recursos sempre imperfeitos, Deus faz, mais uma vez, como naquele dia no poço de Zicar, que os discípulos sejam testemunhas. E o catequista faz-se destinatário do que os catequizandos e catecúmenos dizem.

Catequistas, façamos tudo o que Jesus nos diz

Nós compartilhamos a nossa realidade catequética, com situações novas e antigas e sempre amados por Deus. Ele continua a suscitar vocações catequéticas em homens e mulheres que, no meio desta realidade e enviados pela Igreja, estão a responder como discípulos-missionários ao chamado de Jesus, o Bom Pastor.

Os catequistas estão essencialmente ligados à comunicação da Palavra. A nossa primeira atitude espiritual está relacionada com a palavra contida na Revelação, pregada pela Igreja, celebrada na liturgia e vivida, especialmente, pelos santos.[1] É sempre um encontro com Cristo, escondido na sua Palavra, na Eucaristia, nos irmãos. Abertura à Palavra significa, finalmente, abertura a Deus, à Igreja e ao mundo.

Quando fazemos de catequistas o nosso ministério, ou seja, quando conscientes da nossa própria fé colocamo-nos ao serviço dos nossos irmãos para ajudá-los a crescer na fé, aprendemos a ver o mundo de uma perspetiva: a do Magnificat. Este é um olhar crente, capaz de ver os sinais de esperança. Olhar a realidade com os olhos de Maria significa ver o bem também onde este ainda não germinou.

Os olhos de Maria, que procuram Jesus, sabem encontrá-lo e às vezes convidá-lo a dar sinais concretos para que o mundo creia, como nas bodas de Caná.[2] Com esse olhar crente, os catequistas são arautos do Reino. O mundo de hoje, como ontem e como sempre, tem direito ao anúncio. E, enquanto todos os batizados foram chamados para esta tarefa, aos catequistas compete-nos de modo especial.

O coração crente apercebe-se que o mundo é amado por Deus, sustentado pelo seu amor. Muitas vezes os catequistas são pobre em recursos, meios de comunicação, mas pela graça de Deus, representam uma força de mudança extraordinária. Onde está Jesus, ali está o Reino, ali amadurece a esperança, ali é possível fazer o amor que dá vida. O encontro com Jesus faz de nós testemunhas credíveis do seu Reino, assemelha-nos a Ele para nos transformar na memória viva do seu modo de viver e agir.

Ver a vida com olhos de crentes

Os catequizados e catecúmenos vêm de diferentes caminhos… Com histórias de vida e experiências de fé diferentes. Os catequistas, muitas vezes preocupados com a transmissão de conteúdos, ingenuamente, ignoram um olhar profundo para o que eles experimentaram e que realmente acreditam.
Nós usamos muito a palavra "itinerário", mas mais do que uma vez a reduzimos à simples categoria de "programa" ou "lista de conteúdos" predefinidos. Estamos presos a um dever ser que se esquece de enraizar a vida das pessoas e processos anteriores neste novo caminho que empreendemos na catequese familiar.
Talvez este breve e antiga história nos possa ajudar a expressar de forma simples o que queremos dizer.

Uma vez um explorador foi enviado pelos seus a um lugar perdido na selva amazónica. A sua missão consistia em fazer um levantamento detalhado da área. Como o explorador era um especialista no seu ofício, fez a sua tarefa com grande cuidado e perícia. Nenhum canto foi deixado sem ser explorado.
Ele descobriu quais eram as plantas e os animais, as características de cada estação, os segredos do grande rio que atravessa toda a região, as chuvas, os ventos, as possibilidades para a vida humana neste local remoto...
Quando, finalmente, ele acreditou que sabia tudo, decidiu regressar para transmitir a quem o tinha enviado o corpo de conhecimentos adquiridos.
Os seus receberam-no com expectativa… Eles queriam saber tudo sobre a Amazónia. Mas o explorador experiente percebeu, naquele momento, a incapacidade de responder aos desejos de seu povo. 
Como poderia ele transmitir a beleza incomparável do lugar, ou a harmonia profunda da noite que conseguiam elevar o seu coração? 
Como poderia compartilhar com eles o sentimento de profunda solidão que retinha à noite, o medo que o paralisou perante as feras selvagens do lugar ou o senso incomum de liberdade que ele sentia quando conduzia a canoa pelas águas incertas do rio?
Então, depois de pensar sobre isso, o explorador tomou uma decisão e disse: 
"- Ide e conhecei vós mesmos o lugar. Nada pode substituir o risco e a experiência pessoal. "Mas ele teve medo… Se alguma coisa acontece com eles… Se não sabem chegar… Então ele fez um mapa para guiá-los. Todos fizeram cópias, distribuindo-as e foram para a Amazónia munidos com o mapa que tinham recebido.
Todos os que tinham uma cópia consideravam-se especialistas. Não se conheciam, através do mapa, cada curva da estrada, lugares perigosos, a largura e profundidade do rio, os rápidos e as cachoeiras?
No entanto, o explorador lamentou durante toda a sua vida ter-lhes dado o mapa… Teria sido melhor não o dar a eles.

Esta história tem, talvez, muito a dizer com o ministério catequético. Não se trata de ajudar os catequizandos a explorar a selva, introduzindo-os nos meandros ou no preciosismo de uma informação doutrinária detalhada, mas principalmente para ajudar a encontrar o Deus de Jesus Cristo.

Embora seja verdade que a catequese inclui tarefas de instrução, de iniciação e educação, também é verdade que ela é um ministério ao serviço da fé. Trata-se, acima de tudo, de promover que os nossos interlocutores vivam a sua própria experiência de fé, sempre única, pessoal e intransferível.
Quando os interlocutores da catequese começam a viver a sua fé assim, como verdadeiros exploradores, com algum risco e embarcando numa espécie de "aventura pessoal", podemos dizer que este "novo nascimento" os afeta inteiramente e os abre para uma nova realidade, para realizar uma nova forma de existência.

Talvez eles, em caminhos anteriores, tenham recebido muitos mapas e estão, portanto, convencidos de ser verdadeiros especialistas nas questões da fé... Mas eles não conseguem olhar a vida com olhos de crentes. Talvez esses mapas os tenham dececionado, eles não conduziram a um encontro com Jesus e permaneceram em questões externas que criticam altamente ou que aceitam com resignação ou sem reflexão.
Talvez nós mesmos, seus catequistas, lhes tenhamos oferecido alguns mapas pré-fabricados, que serviram para nós, mas que não servem para eles. Sugerimos caminhos que nós mesmos temos percorrido, com mais ou menos sucesso, mas não os deixamos explorar e aventurar-se para encontrar-se, finalmente, com o Senhor.

Nem se trata de improvisar ou deixá-los sozinhos. Talvez seja a hora, para desvendar o significado e profundidade de uma pedagogia que Jesus conhecia muito bem: o acompanhamento. Esse caminhar acompanhando o que procura, permitindo-lhe que continue procurando... Esse caminhar, no início de modo quase impercetível e depois tão encarnada na vida do catequisando.
Um caminhar que não violenta, que não apressa, que não para e que, recorrendo à Palavra, vai deixando chegar… Cada um tem o seu tempo, com respeito aos tempos do outro, e de acordo com as suas possibilidades. Mas, por fim, arde o coração e dá-se o encontro que se celebra com o Pão compartilhado. A pedagogia do acompanhamento não se desenha em mapas, mas andando e acompanhando os caminhos pessoais e comunitários de procura.

Como catequistas, podemos propor indagar por aqui algumas das respostas pendentes para o fracasso atual da iniciação cristã. Pode muito bem ser possível iniciar-se ou retornar à fé, descartando mapas antigos e aprendendo a olhar a vida com olhos de crentes.

[1] Cf. Juan Pablo II, Ex. Ap. Catechesi Tradendae, 26-27no “Guía para los catequistas”, aprovada por Juan Pablo II a 16 de junho de 1992.

[2] Ao terceiro dia, celebrava-se uma boda em Caná da Galileia e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e os seus discípulos também foram convidados para a boda. Como viesse a faltar o vinho, a mãe de Jesus disse-lhe: «Não têm vinho!»
Jesus respondeu-lhe: «Mulher, que tem isso a ver contigo e comigo? Ainda não chegou a minha hora.» Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!»
Ora, havia ali seis vasilhas de pedra preparadas para os ritos de purificação dos judeus, com capacidade de duas ou três medidas cada uma. Disse-lhes Jesus: «Enchei as vasilhas de água.» Eles encheram-nas até cima. Então ordenou-lhes: «Tirai agora e levai ao chefe de mesa.»
E eles assim fizeram. O chefe de mesa provou a água transformada em vinho, sem saber de onde era - se bem que o soubessem os serventes que tinham tirado a água; chamou o noivo e disse-lhe: «Toda a gente serve primeiro o vinho melhor e, depois de terem bebido bem, é que serve o pior. Tu, porém, guardaste o melhor vinho até agora!»
Assim, em Caná da Galileia, Jesus realizou o primeiro dos seus sinais miraculosos, com o qual manifestou a sua glória, e os discípulos creram nele. Depois disto, desceu a Cafarnaúm com sua mãe, os irmãos e os seus discípulos, e ficaram ali apenas alguns dias. (Jo 2,1-12)

Fonte: (Escrito por Pe. José Luis Quijano. Publicado em Catequese)





O Papa Francisco apelou à construção da Fé firme, fundada em Jesus.

O Papa Francisco convidou os cristãos a seguirem e a terem “fundamento” em Jesus recusando ser “cristãos de aparência, que caem nas primeiras tentações”.

“Os orgulhosos, os vaidosos, os cristãos de aparência serão derrubados, humilhados. Os pobres serão os que vão triunfar, os pobres em espírito, aqueles que diante de Deus não se sentem importantes, os humildes, e realizam a salvação, colocando em prática a Palavra do Senhor”, disse o Papa Francisco, durante a homilia da Missa a que presidiu na capela da Casa de Santa Marta
Segundo o Papa, inspirado no Evangelho de São Mateus (7, 21.24-27) sobre a construção na casa sobre a areia, muitos cristãos de aparência “caem nas primeiras tentações” porque lhes falta “substância”.

“A alegria de um cristão é saber que em Deus há esperança, há perdão, há paz, há alegria”, observou.
Aos presentes, explicou que existem os “santos da vida quotidiana”, que põem em prática a Palavra de Deus e construíram a casa sobre a rocha, que é Cristo.

“Pensemos nos pequeninos, nos doentes que oferecem os seus sofrimentos pela Igreja, pelos outros; nos idosos sozinhos que rezam e oferecem. Pensemos em tantas mães e pais de família que levam com muita dificuldade a sua família, a educação dos filhos, o trabalho quotidiano, os problemas, mas sempre com a esperança em Jesus, sem aparecer, mas fazendo o que podem”..., exemplificou.
O pontífice argentino apresentou ainda como exemplo os sacerdotes que nas paróquias trabalham “com tanto amor”, sem se exibirem, dedicando-se à catequese, às crianças, ao cuidado dos idosos, dos doentes ou à preparação dos recém-casados.

“E todos os dias a mesma coisa, todos os dias, não se aborrecem, porque o seu fundamento está na rocha. É Jesus, é Ele quem dá a santidade à Igreja, é isso que dá esperança”..., acrescentou.

Neste contexto, o Papa Francisco apelou que se pense “muito” na santidade “escondida que existe na Igreja”.
“Às vezes”, desenvolveu, alguns desses cristãos cometem um “pecado grave” mas “arrependem-se, pedem perdão” o que para o Papa é uma “grande capacidade”.

O Papa pediu ainda que neste tempo de Advento, de preparação para o Natal, se peça “ao Senhor” firmeza na rocha que “é Ele, a esperança” eterna, ao contrário de “coisas que hoje existem e amanhã não”.

Fonte: (Cidade do Vaticano, 04 dez 2014 (Ecclesia))



Leituras e Evangelho 07/12/2014

LEITURA I Is 40, 1-5.9-11 
«Preparai o caminho do Senhor»
O Senhor anuncia ao Seu Povo, através do profeta, a sua libertação do exílio da Babilónia e o seu regresso ao país dos seus antepassados. Por iniciativa amorosa de Deus, a salvação aproxima-se e torna-se, por isso, necessário que a alegre notícia seja proclamada e todos colaborem, seguindo as instruções divinas e abrindo o caminho, através do qual o povo poderá encontrar a salvação e a paz.
Iguais disposições devem animar todos aqueles que, no Advento, aguardam a vinda de Deus, em Cristo, para nos libertar do pecado e nos reunir na Igreja, a verdadeira Jerusalém, onde Ele habita.

Leitura do Livro de Isaías
Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém e dizei-lhe em alta voz que terminaram os seus trabalhos e está perdoada a sua culpa, porque recebeu da mão do Senhor duplo castigo por todos os seus pecados. Uma voz clama: «Preparai no deserto o caminho do Senhor, abri na estepe uma estrada para o nosso Deus. Sejam alteados todos os vales e abatidos os montes e as colinas; endireitem-se os caminhos tortuosos e aplanem-se as veredas escarpadas. Então se manifestará a glória do Senhor e todo o homem verá a sua magnificência, porque a boca do Senhor falou». Sobe ao alto dum monte, arauto de Sião! Grita com voz forte, arauto de Jerusalém! Levanta sem temor a tua voz e diz às cidades de Judá: «Eis o vosso Deus. O Senhor Deus vem com poder, o seu braço dominará. Com Ele vem o seu prémio, precede-O a sua recompensa. Como um pastor apascentará o seu rebanho e reunirá os animais dispersos; tomará os cordeiros em seus braços, conduzirá as ovelhas ao seu descanso».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 84 (85), 9ab-10.11-12.13-14 (R. 8)
Refrão: Mostrai-nos o vosso amor e dai-nos a vossa salvação. Repete-se
Ou: Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia.
Repete-se

Escutemos o que diz o Senhor: Deus fala de paz ao seu povo e aos seus fiéis.
A sua salvação está perto dos que O temem e a sua glória habitará na nossa terra. Refrão

Encontraram-se a misericórdia e a fidelidade, abraçaram-se a paz e a justiça.
A fidelidade vai germinar da terra e a justiça descerá do Céu. Refrão

O Senhor dará ainda o que é bom e a nossa terra produzirá os seus frutos.
A justiça caminhará à sua frente e a paz seguirá os seus passos. Refrão

LEITURA II 2 Pedro 3, 8-14
«Esperamos os novos céus e a nova terra»
Deus executa pela Incarnação, os Seus desígnios de salvação. No entanto, Deus não pode salvar o homem sem a sua colaboração. Para lhe conceder a filiação divina, espera que o homem lhe dê uma resposta, pela fé e se volte para Ele, pela conversão.
O tempo entre a primeira e a segunda vinda é o tempo da paciência de Deus, em que concede ao homem a possibilidade de compartilhar a vida de Deus.
Vivendo neste mundo destinado à transfiguração da Parusia, o cristão procura viver em comunhão com Deus, pela oração, pela Eucaristia e na santidade de vida, preparando-se, na serena confiança para o Dia do Senhor.

Leitura da Segunda Epístola de São Pedro
Há uma coisa, caríssimos, que não deveis esquecer: um dia diante do Senhor é como mil anos e mil anos como um dia. O Senhor não tardará em cumprir a sua promessa, como pensam alguns. Mas usa de paciência para convosco e não quer que ninguém pereça, mas que todos possam arrepender-se. Entretanto, o dia do Senhor virá como um ladrão: nesse dia, os céus desaparecerão com fragor, os elementos dissolver-se-ão nas chamas e a terra será consumida com todas as obras que nela existem. Uma vez que todas as coisas serão assim dissolvidas, como deve ser santa a vossa vida e grande a vossa piedade, esperando e apressando a vinda do dia de Deus, em que os céus se dissolverão em chamas e os elementos se fundirão no ardor do fogo! Nós esperamos, segundo a promessa do Senhor, os novos céus e a nova terra, onde habitará a justiça. Portanto, caríssimos, enquanto esperais tudo isto, empenhai-vos, sem pecado nem motivo algum de censura, para que o Senhor vos encontre na paz.
Palavra do Senhor.

ALELUIA Lc 3, 4.6 
Refrão: Aleluia. Repete-se
Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas e toda a criatura verá a salvação de Deus. Refrão

EVANGELHO Mc 1, 1-8
«Endireitai os caminhos do Senhor»
O cristão não pode fugir para o deserto, alheando-se dos graves problemas do nosso tempo, como a fome, a falta de cultura ou a injustiça, pois Deus deseja que todo o homem seja Seu colaborador na Sua obra da criação, contribuindo, com todas as suas forças para a construção dum mundo melhor. No entanto, o cristão se não quiser atraiçoar a sua missão, tem de manter sempre a espiritualidade do deserto, ensinada pelo Precursor.
«Se os cristãos perdessem o sentido da conversão a Deus, o cristianismo que testemunham, não apresentaria senão o aspecto dum humanismo entre outros e ver-se-ia privado de toda a densidade propriamente religiosa». (Thiery Maertens).

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 
Início do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías: «Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». Apareceu João Baptista no deserto, a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados. Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu baptizo-vos na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».
Palavra da salvação.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Papa escreve carta para explicar objetivos do Ano da Vida Consagrada

O Papa Francisco escreveu uma carta a todos os religiosos e religiosas da Igreja Católica, divulgada hoje no Vaticano, pedindo-lhes que sejam um modelo de fraternidade para o mundo atual.

“Numa sociedade do confronto, da difícil convivência entre culturas diferentes, da exploração dos mais fracos, das desigualdades, somos chamados a oferecer um modelo concreto de comunidade que, através do reconhecimento da dignidade de cada pessoa e da partilha do dom que cada um transporta, permita viver relações fraternidade”, refere a missiva, que tem data de 21 de novembro, festa litúrgica da Apresentação de Maria.

O texto visa explicar os objetivos, expectativas e horizontes do Ano da Vida Consagrada que tem início marcado para este domingo.

Espero de vós aquilo que peço a todos os membros da Igreja: sair de si para ir ao encontro das periferias existenciais”, escreve o Papa Francisco.

O Papa elogia o caminho de renovação da Vida Consagrada nos 50 anos que se seguiram ao Concílio Vaticano II, afirmando que, apesar de todas as fragilidades, é preciso apresentar hoje “a santidade e a vitalidade” presentes nos membros dos vários institutos.

O Ano da Vida Consagrada vai prolongar-se até 2 de fevereiro de 2016, festa litúrgica da Apresentação de Jesus e dia tradicionalmente dedicado aos religiosos e religiosas.

Francisco convida todos a “olhar o passado com gratidão”, por tudo o que a Vida Consagrada já deu à Igreja, chegando hoje a “novos contextos geográficos e culturais”.

Neste sentido, mais do que uma “arqueologia”, os religiosos são desafiados a “percorrer de novo o caminho das gerações passadas”, dos fundadores das ordens e congregações, para colher a sua inspiração.

O Papa pede, por isso, que os consagrados vivam o presente “com paixão”, deixando-se interpelar pelo Evangelho e tendo Jesus Cristo como “primeiro e único amor”.

“A fantasia da caridade não conheceu limites e soube abrir incontáveis caminhos para levar o sopro do Evangelho às culturas e aos mais diversos âmbitos sociais...”, assinalou.

A carta deixa uma palavra de esperança para o futuro, apesar de problemas como a diminuição das vocações e do envelhecimento, sobretudo no mundo ocidental, a globalização, a crise económica, o relativismo e a “irrelevância social”.

Francisco, primeiro Papa jesuíta da história, apresenta como marca dos religiosos a “alegria”, numa sociedade que ostenta o “culto da eficiência”, e a “profecia”, para denunciar “o pecado e as injustiças”.

O texto deixa indicações precisas quanto à necessidade de agilizar as instituições, com a “reutilização das grandes casas em favor de obras mais adequadas às atuais exigências da evangelização e da caridade”.

O Papa deixa uma palavra de apreço aos leigos que partilham os ideias e a missão dos institutos consagrados, realçando depois que este ano diz respeito a toda a Igreja, que deve agradecer tudo o que recebeu através da “santidade dos fundadores e fundadoras” e da fidelidade dos religiosos e religiosas ao seu carisma.

Após recordar que há consagrados e consagradas noutras confissões cristãs e que o fenómeno do monarquismo existe “em todas as grandes religiões”, o Papa Francisco conclui a sua carta dirigindo-se aos bispos, para que valorizem a Vida Consagrada como algo que “pertence inteiramente” à Igreja Católica, como “elemento decisivo da sua missão”.

Fonte: (Cidade do Vaticano, 28 nov 2014 (Ecclesia)


Leituras e Evangelho de 30/11/2014

LEITURA I Is 63, 16b-17.19b; 64, 2b-7 
«Oh se rasgásseis os céus e descêsseis» 
O Advento começa com um profundo suspiro de fé e de esperança dirigido ao Senhor, “nosso Pai”, “nosso Redentor”, semelhante aos que subiam da boca e do coração dos nossos antepassados na fé, os santos do Antigo Testamento, que viveram antes da vinda do Filho de Deus. Não vamos agora imaginar-nos nos tempos antes de Cristo; mas vamos criar em nós desejos profundos de que Ele, que já veio ao mundo e está no meio de nós, seja por nós reconhecido e acolhido como nosso Salvador, Ele que, de novo, há-de vir e por quem suspiramos. 

Leitura do Livro de Isaías 
Vós, Senhor, sois nosso Pai e nosso Redentor, desde sempre, é o vosso nome. Porque nos deixais, Senhor, desviar dos vossos caminhos e endurecer o nosso coração, para que não Vos tema? Voltai, por amor dos vossos servos e das tribos da vossa herança. Oh se rasgásseis os céus e descêsseis! Ante a vossa face estremeceriam os montes! Mas vós descestes e perante a vossa face estremeceram os montes. Nunca os ouvidos escutaram, nem os olhos viram que um Deus, além de Vós, fizesse tanto em favor dos que n’Ele esperam. Vós saís ao encontro dos que praticam a justiça e recordam os vossos caminhos. Estais indignado contra nós, porque pecámos e há muito que somos rebeldes, mas seremos salvos. Éramos todos como um ser impuro, as nossas acções justas eram todas como veste imunda. Todos nós caímos como folhas secas, as nossas faltas nos levavam como o vento. Ninguém invocava o vosso nome, ninguém se levantava para se apoiar em Vós, porque nos tínheis escondido o vosso rosto e nos deixáveis à mercê das nossas faltas. Vós, porém, Senhor, sois nosso Pai e nós o barro de que sois o Oleiro; somos todos obra das vossas mãos. 
Palavra do Senhor. 

SALMO RESPONSORIAL Salmo 79 (80), 2ac e 3b. 15-16.18-19 (R. 4) 
Refrão: Senhor nosso Deus, fazei-nos voltar, mostrai-nos o vosso rosto e seremos salvos. 
Repete-se 

Pastor de Israel, escutai, Vós que estais sentado sobre os Querubins, aparecei. 
Despertai o vosso poder e vinde em nosso auxílio. Refrão 

Deus dos Exércitos, vinde de novo, olhai dos céus e vede, visitai esta vinha. 
Protegei a cepa que a vossa mão direita plantou, o rebento que fortalecestes para Vós. Refrão 

Estendei a mão sobre o homem que escolhestes, sobre o filho do homem que para Vós criastes; e não mais nos apartaremos de Vós: fazei-nos viver e invocaremos o vosso nome. Refrão 

LEITURA II 1 Cor 1, 3-9 
Esperamos a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo 
O Advento começa por ser o tempo litúrgico especialmente voltado para a última vinda do Senhor. É o tempo da expectativa, vivido na esperança, aguardando a aparição gloriosa do Senhor, que virá coroar o tempo da Igreja com a glória da sua ressurreição. É, portanto, para esta Igreja tempo de vigilância, para que o Dia do Senhor a encontre irrepreensível. 

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios 
Irmãos: A graça e a paz vos sejam dadas da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. Dou graças a Deus, em todo o tempo, a vosso respeito, pela graça divina que vos foi dada em Cristo Jesus. Porque fostes enriquecidos em tudo: em toda a palavra e em todo o conhecimento; e deste modo, tornou-se firme em vós o testemunho de Cristo. De facto, já não vos falta nenhum dom da graça, a vós que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele vos tornará firmes até ao fim, para que sejais irrepreensíveis no dia de Nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é Deus, por quem fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Nosso Senhor. 
Palavra do Senhor. 

ALELUIA Salmo 84 (85), 8 
Refrão: Aleluia. Repete-se 
Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa salvação. Refrão 

EVANGELHO Mc 13, 33-37 
«Vigiai, porque não sabeis quando virá o dono da casa» 
A vigilância, já apontada na leitura anterior, é agora inculcada, com todo o rigor, pelo próprio Senhor Jesus. Esta vida é como longa vigília, com os seus tempos sucessivos (as quatro vigílias da noite referidas no texto) aguardando o sol nascente – Cristo – que vem do alto, como todas as manhãs recordamos na Hora de Laudes. A solenidade do Natal, a que o Advento nos conduzirá, vem, em cada ano, antecipar simbolicamente aquela vinda gloriosa do Senhor no último dia, o dia que nos introduz na “vida do mundo que há-de vir”. 

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!». 
Palavra da salvação. 

domingo, 23 de novembro de 2014

DEUS AMA A QUEM DÁ COM ALEGRIA...

O coração da dona Elvira era muito generoso. Apesar de ser pobre, a boa senhora ajudava sempre todos os necessitados que fossem pedir-lhe uma esmola, em nome de Deus. O seu marido, o senhor Rui, era um honrado motorista, muito trabalhador, mas o seu salário era o modesto valor que recebia pelo serviço feito para os moradores da pequena vila. O que ganhava era apenas suficiente para sustentar a esposa e a filha, Margarida.
Mesmo assim, apoiava os pródigos gestos da sua mulher. E nunca faltava nada naquele humilde lar! Tudo isso devia-se à piedade do casal que, sem deixar de confiar na Providência Divina, era caridoso para com aqueles que necessitavam ainda mais do que eles. Jamais abandonavam a frequência aos Sacramentos, pois sabiam que estes e a oração eram o seu sustento e a sua força. Porém, o tempo passava e a pequena Margarida foi crescendo.
Apesar do bom exemplo dos seus pais, a menina era caprichosa, vaidosa e muito egoísta. Quando ia brincar com as amiguinhas da vizinhança, constantemente era a que deveria ganhar em todos os jogos, e tinha que ser o centro das atenções. Em nada imitava a humildade e a generosidade dos pais.
Quando completou sete anos, a sua madrinha, senhora de certas posses, deu-lhe de presente uma linda boneca, com olhos de vidro e um vestido de princesa. A menina ficou encantada! Logo foi mostrá-la às companheiras. Mas em vez de deixar que cada uma a pegasse nas mãos, acariciasse e embalasse, cheia de apego, nem permitiu que tocassem no seu novo brinquedo, voltando para casa com muita arrogância!
A mãe preocupava-se com a filha, pois via que estava a andar por um caminho bem perigoso e, se continuasse assim, seria uma pessoa muito infeliz e perderia a amizade de Deus. Por isso, pedia muito à Santíssima Virgem por ela. E dava-lhe sempre bons conselhos:
- Filhinha, devemos pensar que assim como Jesus é generoso connosco, devemos ser com os outros. Se ganhaste esta linda boneca, é para que possas brincar junto com as tuas amigas. Nada temos que não tenha vindo da bondade de Deus. Não sejas egoísta!
A menina escutava atenta, mas logo esquecia os bons conselhos da mãe…
Algum tempo depois, começou a catequese para a sua Primeira Comunhão. Margarida ouvia com interesse a catequista contar os milagres de Jesus, como Ele tinha curado os doentes, ajudado os mais necessitados e como era generoso para com todos. O seu pequeno coração foi sendo tocado pela graça e começou a fazer um exame de consciência de como andava mal com as suas atitudes egoístas e caprichosas…
Já na véspera do grande dia, antes mesmo da primeira Confissão, as crianças da catequese tiveram uma Missa preparatória para a mesma. E, numa das leituras, a menina ouviu:
-“Dê cada um conforme o impulso do seu coração, sem tristeza nem constrangimento. Deus ama quem dá com alegria” (II Cor 9, 7).
Aquelas palavras entraram como um raio de fogo no seu coração! Queria ser ela também amada por Deus… Queria sentir a alegria de dar!
 Terminada a Santa Missa, na porta da igreja, Margarida encontrou- se com um mendigo.
A aldeia era pequena e todos se conheciam, mas aquele infeliz mendigo era-lhe totalmente desconhecido. O homem pedia uma esmola, por amor a Deus. Diante de tal súplica, Margarida sentiu-se tocada, pois ainda ressoavam na sua alma as palavras que acabara de ouvir:
-“Deus ama quem dá com alegria”…
Margarida levava sempre no seu pescoço uma correntinha com uma pequena cruz de prata, presente da madrinha, do seu Batismo. Era o objeto pelo qual mais tinha apreço. Sem hesitar e sentindo pela primeira vez a alegria de dar, a menina tirou o estimado objeto e deu-o ao pobre homem. Este olhou-a com extremo afeto e gratidão, e disse-lhe:
- Que Deus lhe pague e recompense!
Tomada de uma rara felicidade, a menina voltou para casa a correr e contou o facto à mãe que, em lágrimas, abraçou a filha, dizendo-lhe:
- Pois minha filha, fica a saber que esta foi a melhor preparação que poderias ter feito para receber Jesus, no Santíssimo Sacramento!
Naquela noite, Margarida teve um sonho.
Jesus aparecia-lhe com a sua cruzinha de prata nas mãos, adornada com as mais belas pedras preciosas. E, sorrindo, perguntava-lhe:
- Conheces este objeto?
Ela respondia-Lhe que sim, mas que não era tão linda como estava agora…
Jesus, então, dizia-lhe:
- Ontem tu deste-a a um mendigo desconhecido, e a virtude da caridade a tornou mais bela! Esse mendigo era Eu! Prometo-te que, no dia do Juízo, na presença dos Anjos e dos homens, mostrarei esta pequena cruz para que a tua glória seja eterna.
Na manhã seguinte, a menina aproximou-se do confessionário, completamente transformada.
Depois de limpar a sua alma dos caprichos e egoísmos, pôde receber Jesus na Eucaristia, com muita consolação e compreendendo o quanto é verdade que “Deus ama quem dá com alegria”.

Reflexão: Ofertar com alegria é fazê-lo de coração, de boa vontade, sentir prazer. Não por necessidade, porque precisa, mas porque quer. Não por obrigação, mas por uma decisão pessoal. Não para pagar por algo, mas em reconhecimento e gratidão por aquilo que Deus é para mim. Não para receber de volta, mas porque Deus já deu tudo. Não para ajudar a merecer o perdão, a paz e a salvação, mas como resposta, como serviço ao Senhor que já deu tudo isso.


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Esta luz pequenina vou deixá-la brilhar...

Leituras e Evangelho 23/11/2014

LEITURA I Ez 34, 11-12.15-17
«Quanto a vós, meu rebanho, hei-de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas»
A figura do Bom Pastor, que se desenha neste oráculo dirigido contra os reis israelitas, maus pastores, nos tempos que antecederam o Exílio, corresponde a um título real. Cristo aplicou a Si mesmo este título de Bom Pastor. Ele veio ao encontro do seu Povo, para cuidar dele e o conduzir à felicidade. Dizer de Cristo que Ele é Rei é outra maneira de O designar como o Pastor do povo de Deus.

Leitura da Profecia de Ezequiel
Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei-de encontrá-las. Como o pastor vigia o seu rebanho, quando estiver no meio das ovelhas que andavam tresmalhadas, assim Eu guardarei as minhas ovelhas, para as tirar de todos os sítios em que se desgarraram num dia de nevoeiro e de trevas. Eu apascentarei as minhas ovelhas, Eu as levarei a repousar, diz o Senhor Deus. Hei-de procurar a que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada. Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa. Hei-de apascentá-las com justiça. Quanto a vós, meu rebanho, assim fala o Senhor Deus: Hei-de fazer justiça entre ovelhas e ovelhas, entre carneiros e cabritos».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 22 (23), 1-2a.2b-3.5-6 (R. 1)
Refrão: O Senhor é meu pastor: nada me faltará.  Rep.

O Senhor é meu pastor: nada me falta.
Leva-me a descansar em verdes prados,
conduz-me às águas refrescantes
e reconforta a minha alma. Refrão
Ele me guia por sendas direitas,
por amor do seu nome.
Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos
não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo. Refrão

Para mim preparais a mesa
à vista dos meus adversários;
com óleo me perfumais a cabeça
e o meu cálice transborda. Refrão

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me,
todos os dias da minha vida,
e habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre. Refrão

LEITURA II 1 Cor 15, 20-26.28
«Entregará o reino a Deus Pai, para que seja tudo em todos»
Ressuscitado de entre os mortos, o primeiro entre todos, Cristo, no final dos tempos, tendo submetido a Si todas as coisas criadas, entregará o seu reino ao Pai. E nós, que pertencemos a Cristo, ressuscitados com Ele, também tomaremos parte no seu triunfo total e no seu reino de glória.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Uma vez que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos; porque, do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo serão todos restituídos à vida. Cada qual, porém, na sua ordem: primeiro, Cristo, como primícias; a seguir, os que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. Depois será o fim, quando Cristo entregar o reino a Deus seu Pai, depois de ter aniquilado toda a soberania, autoridade e poder. É necessário que Ele reine, até que tenha posto todos os inimigos debaixo dos seus pés. E o último inimigo a ser aniquilado é a morte. Quando todas as coisas Lhe forem submetidas, então também o próprio Filho Se há-de submeter Àquele que Lhe submeteu todas as coisas, para que Deus seja tudo em todos.
Palavra do Senhor.

ALELUIA Mc 11, 9.10
Refrão: Aleluia. Repete-se
Bendito O que vem em nome do Senhor! Bendito o reino do nosso pai David! Refrão

EVANGELHO Mt 25, 31-46
«Sentar-Se-á no seu trono glorioso e separará uns dos outros»
Jesus retoma nesta leitura a mesma imagem atribuída a Deus na primeira leitura, a imagem do pastor. O julgamento que se propõe fazer será a libertação final de todos os que foram salvos pelo seu Sangue derramado na Cruz, para com Ele se sentarem no seu trono glorioso, se, neste mundo, tiverem seguido os passos do seu Pastor. Esta leitura é assim um anúncio e um convite.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’. E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».
Palavra da salvação.