João era um importante empresário. Morava num apartamento de cobertura, zona nobre da cidade, era muito bem sucedido, o trabalho era sagrado para ele. Era da sua responsabilidade levar os seus filhos para o colégio, tarefa que ele adorava fazer.
João deu um longo beijo na sua amada e fez em silêncio a sua oração matinal de agradecimento a Deus pela sua vida, o seu trabalho e as suas realizações. Após tomar café com a esposa e os filhos, sem pressa, pois os momentos com a família para ele eram importantes, João levou os filhos ao colégio, e dirigiu-se a uma das suas empresas.
Quando lá chegou cumprimentou com um sorriso os funcionários, inclusive Dona Teresa, a mulher das limpezas. Tinha ele inúmeros contratos para assinar, decisões a tomar, reuniões com vários departamentos da empresa, contratos com fornecedores e clientes, mas a primeira coisa que disse para a sua secretária foi:
- Calma, fazer uma coisa de cada vez, sem stress.
Era uma característica do João que o diferenciava dos outros executivos, ele não deixava as suas obrigações profissionais, torná-lo escravo do trabalho. E foi assim o seu dia. Ao chegar à hora do almoço foi para casa para estar mais um pouco com a família. À tarde tomou conhecimento que o facturamento do mês superou os objectivos e mandou anunciar que todos os funcionários teriam gratificações salariais no mês seguinte. Apesar da sua calma, ou talvez, por causa dela, conseguiu resolver tudo que estava agendado para aquele dia. Como era sexta-feira, saiu e foi direito a um supermercado, voltou para casa, saiu com a família para jantar e depois foi fazer uma palestra para os estudantes, sobre a motivação para vencer na vida.
Enquanto isso numa outra capital do estado, num bairro mais pobre, vamos acompanhar um pouco a vida de Carlos.
Como fazia todas as Sextas-feiras, Carlos foi para o bar jogar sueca e beber com os amigos. Já chegou ao bar nervoso, pois tinha sido mais um dia sem emprego. Um amigo seu, mecânico, aliás um dos poucos que ainda lhes restava, tinha-lhe oferecido uma vaga na sua oficina como auxiliar de mecânico, mas ele recusou, alegando não gostar do tipo de trabalho.
Carlos não tinha filhos e estava também sem uma companheira, pois a sua terceira mulher, dias antes partiu, dizendo que estava cansada de ser espancada e de viver com um inútil, aliás, as outras duas também o deixaram pelo mesmo motivo. Ele estava a morar de favor, num quarto imundo no porão de uma casa, e o dono da casa só não o mandava embora porque sabia que ele era um homem para o mundo do crime. Após combinarem tudo, ele bebeu mais algumas, jogou, bebeu, jogou e bebeu até o dono do bar pedir para ele se ir embora.
Ele pediu para pendurar a sua conta, mas o seu crédito já tinha acabado, então armou uma tremenda confusão... ele achava sempre que tinha razão, e o dono do bar colocou-o para fora. Sentado na calçada, Carlos chorava pensando no que se tinha tornado a sua vida, quando o seu único amigo o mecânico apareceu e levou-o para casa. No dia seguinte perguntou ao Carlos:
- Diz-me por favor, o que fez com que chegasse até o fundo do poço desta maneira?
Carlos então desabafou:
- A minha família... o meu pai foi um péssimo exemplo, ele bebia, batia na minha mãe não parava em emprego nenhum. Tínhamos uma vida miserável. Quando a minha mãe morreu doente, por falta de condições, eu saí de casa, revoltado com a vida e com o mundo. Tinha um irmão gémeo, que também saiu de casa no mesmo dia, mas foi para um rumo diferente, nunca mais o vi, deve estar a viver desta mesma forma.
Enquanto isso, na outra capital, João terminava a sua palestra para estudantes, já estava a despedir-se quando um aluno ergueu o braço e lhe fez a seguinte pergunta.
- Diga-me por favor, o que fez com que o senhor chegasse até onde está hoje, um grande empresário e um grande ser humano?
João emocionado respondeu:
- A minha família, ou seja, o meu pai foi um péssimo exemplo. Ele bebia, batia na minha mãe, não parava em emprego nenhum. Tínhamos uma vida miserável. Quando a minha mãe morreu doente, por falta de condições, eu saí de casa; e decidido que não seria aquela a vida que queria para mim e para a minha futura família. Tinha um irmão gémeo, que também saiu de casa no mesmo dia, mas foi para um rumo diferente, nunca mais o vi, deve estar a viver desta mesma forma.
João e Carlos eram os Gémeos desta história.
(desconheço o autor)
Moral da história:
O que aconteceu consigo até agora, não é o que vai definir o seu futuro, mas sim a maneira com vai reagir a tudo o que aconteceu. A sua vida pode ser diferente. Não se lamente pelo passado, construa você mesmo o seu futuro.
Encare tudo como lição de vida, aprenda com os seus erros e até mesmo com o erro dos outros. O que aconteceu é o menos importante. O que realmente importa é o que você vai fazer com o que aconteceu.