sexta-feira, 27 de março de 2015

A maior das aventuras - A história da Páscoa

Leituras e Evangelho 29/03/2015

Leitura I Is. 50, 4-7
«Não desviei o meu rosto dos que Me ultrajavam, mas sei que não ficarei desiludido»
Esta leitura é um dos chamados “Cânticos do Servo do Senhor”. Este Servo revela-se plenamente em Jesus, na sua Paixão: Ele escuta a palavra do Pai e responde-lhe cheio de confiança, oferecendo-Se, em obediência total, pela salvação dos homens.

Leitura do Livro de Isaías
O Senhor deu-me a graça de falar como um discípulo, para que eu saiba dizer uma palavra de alento aos que andam abatidos. Todas as manhãs Ele desperta os meus ouvidos, para eu escutar, como escutam os discípulos. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio, e, por isso, não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Sal. 21 (22), 8-9.17-18a.19-20.23-24 (R. 2a)
Refrão: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes? Repete-se

Todos os que me vêem escarnecem de mim, estendem os lábios e meneiam a cabeça:
«Confiou no Senhor, Ele que o livre, Ele que o salve, se é seu amigo». Refrão

Matilhas de cães me rodearam, cercou-me um bando de malfeitores.
Trespassaram as minhas mãos e os meus pés, posso contar todos os meus ossos. Refrão

Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sortes sobre a minha túnica.
Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis de mim, sois a minha força, apressai-Vos a socorrer-me. Refrão

Hei-de falar do vosso nome aos meus irmãos, hei-de louvar-Vos no meio da assembleia.
Vós, que temeis o Senhor, louvai-O, glorificai-O, vós todos os filhos de Jacob, reverenciai-O, vós todos os filhos de Israel. Refrão

LEITURA II Filip 2, 6-11
«Humilhou-Se a Si próprio; por isso Deus O exaltou»
Esta leitura é também um cântico, mas agora do Novo Testamento, muito provavelmente em uso nas primitivas comunidades cristãs. Nele é celebrado o Mistério Pascal: Cristo fez-Se um de nós, obedeceu aos desígnios do Pai e humilhou-Se até à morte, e foi, por isso, exaltado até à glória de “Senhor”, que é a própria glória de Deus.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses
Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Filip 2, 8-9
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória Repete-se
Cristo obedeceu até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes. Refrão

Evangelho – forma longa Mc 14, 1 – 15, 47
O Evangelho de São Marcos é o mais antigo, porque escrito antes dos outros, e é também o mais breve, não só na história da Paixão como em todo ele. Este evangelista aponta com bastante realismo alguns episódios fruto de especial observação de situações particulares e até pitorescas, como a que envolve o servo do sumo sacerdote aquando da prisão de Jesus.

N: - Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos e os príncipes dos sacerdotes e os escribas procuravam maneira de se apoderarem de Jesus à traição para Lhe darem a morte. Mas diziam:
R: - «Durante a festa, não, para que não haja algum tumulto entre o povo».
N. - Jesus encontrava-Se em Betânia, em casa de Simão o Leproso, e, estando à mesa, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço. Partiu o vaso de alabastro e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Alguns indignaram-se e diziam entre si:
R: - «Para que foi esse desperdício de perfume?
Podia vender-se por mais de duzentos denários e dar o dinheiro aos pobres».
N: E censuravam a mulher com aspereza. Mas Jesus disse:
J: - «Deixai-a. Porque estais a importuná-la? Ela fez uma boa acção para comigo. Na verdade, sempre tereis os pobres convosco e, quando quiserdes, podereis fazer-lhes bem;
mas a Mim, nem sempre Me tereis. Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: Onde quer que se proclamar o Evangelho, pelo mundo inteiro, dir-se-á também em sua memória o que ela fez».
N: - Então, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os príncipes dos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Quando o ouviram, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus.
N: - No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus:
R: - «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?».
N: - Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes:
J: - «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’. Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». 
N: - Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito
e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze. Enquanto estavam à mesa e comiam, Jesus disse:
J: - «Em verdade vos digo: Um de vós, que está comigo à mesa, há-de entregar-Me».
N: - Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro:
R: - «Serei eu?».
N: - Jesus respondeu-lhes:
J: - «É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato. O Filho do homem vai partir, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído! Teria sido melhor para esse homem não ter nascido».
N: - Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse:
J: - «Tomai: isto é o meu Corpo».
N: - Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse Jesus:
J: - «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».
N: - Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras.
N: - Disse-lhes Jesus:
J: - «Todos vós Me abandonareis, como está escrito: ‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas’. Mas depois de ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia».
N: - Disse-Lhe Pedro:
R: - «Embora todos Te abandonem, eu não».
N: - Jesus respondeu-lhe:
J: - «Em verdade te digo: Hoje, esta mesma noite, antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás».
N: - Mas Pedro continuava a insistir:
R: - «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei».
N: - E todos afirmaram o mesmo. Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani e Jesus disse aos seus discípulos:
J: - «Ficai aqui, enquanto Eu vou orar».
N: - Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhes então:
J: - «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai».
N: - Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível, se afastasse d’Ele aquela hora. Jesus dizia:
J: - «Abá, Pai, tudo Te é possível: afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres».
N: - Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro:
J: - «Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora? Vigiai e orai, para não entrardes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca».
N: - Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras. Voltou novamente e encontrou-os dormindo, porque tinham os olhos pesados e não sabiam que responder.
Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes:
J: - «Dormi agora e descansai... Chegou a hora: o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos. Vamos. Já se aproxima aquele que Me vai entregar».
N: - Ainda Jesus estava a falar, quando apareceu Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e os anciãos. O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O e levai-O bem seguro».
Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo:
R: - «Mestre».
N: - Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n’O. Um dos presentes puxou da espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. 
Jesus tomou a palavra e disse-lhes:
J: - «Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender, como se fosse um salteador. Todos os dias Eu estava no meio de vós, a ensinar no templo, e não Me prendestes! Mas é para se cumprirem as Escrituras».
N: - Então os discípulos deixaram-n’O e fugiram todos. Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol. Agarraram-no, mas ele, largando o lençol, fugiu nu.
N: - Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote, onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas. Pedro, que O seguira de longe, até ao interior do palácio do sumo sacerdote, estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para Lhe dar a morte, mas não o encontravam.
Muitos testemunhavam falsamente contra Ele, mas os seus depoimentos não eram concordes. Levantaram-se então alguns, para proferir contra Ele este falso testemunho:
R: - «Ouvimo-l’O dizer: ‘Destruirei este templo feito pelos homens e em três dias construirei outro que não será feito pelos homens’».
N: - Mas nem assim o depoimento deles era concorde. Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos e perguntou a Jesus:
R: - «Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti?».
N: - Mas Jesus continuava calado e nada respondeu. O sumo sacerdote voltou a interrogá-l’O:
R: - «És Tu o Messias, Filho do Deus Bendito?».
N: - Jesus respondeu:
J: - «Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso vir sobre as nuvens do céu».
N: - O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse:
R: - «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?».
N: - Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte. Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe, a tapar-Lhe o rosto com um véu e a dar-Lhe punhadas, dizendo:
R: - «Adivinha».
N: - E os guardas davam-Lhe bofetadas. Pedro estava em baixo, no pátio, quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote. Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe:
R: - «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno».
N: - Mas ele negou:
R: - «Não sei nem entendo o que dizes».
N: - Depois saiu para o vestíbulo e o galo cantou. A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes:
R: - «Este é um deles».
N: - Mas ele negou segunda vez. Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro:
R: - «Na verdade, tu és deles, pois também és galileu».
N: - Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar:
R: - «Não conheço esse homem de quem falais».
N: - E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito: «Antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás». E desatou a chorar.
N: - Logo de manhã, os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio. Depois de terem manietado Jesus, foram entregá-l’O a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe:
R: - «Tu és o Rei dos judeus?».
N: - Jesus respondeu:
J: - «É como dizes».
N: - E os príncipes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Ele. Pilatos interrogou-O de novo:
R: - «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam».
N: - Mas Jesus nada respondeu, de modo que Pilatos estava admirado. Pela festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que numa revolta tinham cometido um assassínio.
A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes. Pilatos respondeu:
R: - «Quereis que vos solte o Rei dos judeus?».
N: - Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes O tinham entregado por inveja. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes Barrabás.
Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes:
R: - «Então que hei-de fazer d’Aquele que chamais o Rei dos judeus?».
N: - Eles gritaram de novo:
R: - «Crucifica-O!».
N: - Pilatos insistiu:
R: - «Que mal fez Ele?».
N: - Mas eles gritaram ainda mais:
R: - «Crucifica-O!».
N: - Então Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado. Os soldados levaram-n’O para dentro do palácio, que era o pretório, e convocaram toda a corte. Revestiram-n’O com um manto de púrpura e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido. Depois começaram a saudá-l’O:
R: - «Salve, Rei dos judeus!».
N: - Batiam-Lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d’Ele. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto de púrpura e vestiram-Lhe as suas roupas. Em seguida levaram-n’O dali para O crucificarem.
N: - Requisitaram, para Lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do campo, Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar do Gólgota, quer dizer, lugar do Calvário. Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não o quis beber. Depois crucificaram-n’O. E repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um. Eram nove horas da manhã quando O crucificaram. O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito: «Rei dos Judeus». Crucificaram com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo:
R: - «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz».
N: - Os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo:
R: - «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos».
N: - Até os que estavam crucificados com Ele O injuriavam. Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte:
J: - «Eloí, Eloí, lemá sabactáni?».
N: - Que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?».
Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram:
R: - «Está a chamar por Elias».
N: - Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse:
R: - «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali».
N: - Então Jesus, soltando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou:
R: - «Na verdade, este homem era Filho de Deus».
N: - Estavam também ali umas mulheres a observar de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé, que acompanhavam e serviam Jesus,
quando estava na Galileia, e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém. Ao cair da tarde – visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado – José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, foi corajosamente à presença de Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. 
Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se Jesus já tinha morrido. Informado pelo centurião, ordenou que o corpo fosse entregue a José. 
José comprou um lençol, desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol; depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro. Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde Jesus tinha sido depositado.
N: Palavra da salvação.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Sábado e Domingo de Ramos

Sábado dia 28 de Março não haverá catequese, mas sim confissões, por isso os catequizandos devem comparecer na Igreja Paroquial por volta das 16h. Para o 1º e 2º anos a presença é facultativa.
Também no Sábado, por volta das 20h00, terá lugar a Via Sacra exterior, e no qual pedimos que todos catequizandos venham acompanhados por um adulto. O trajeto que será utilizado pode ser visto no ficheiro em anexo.
No Domingo haverá Missa de Ramos com as crianças (se for possível devem trazer um ramo de oliveira), sendo assim todos os catequizandos devem estar no cruzeiro às 9h30, para que os catequistas consigam organizar a cerimónia da melhor maneira.

terça-feira, 24 de março de 2015

Páscoa: Papa quer cristãos de coração «aberto à salvação de Deus»

O Papa exortou hoje no Vaticano as comunidades católicas a encararem a Semana Santa que se aproxima com disponibilidade e de coração aberto à ajuda e à graça de Deus.
Na missa desta manhã, na Casa de Santa Marta, o Papa Francisco falou sobre a dificuldade que muitas vezes os cristãos têm em “aceitar o estilo divino de salvação” e “o caminho que Deus propõe para a sua vida”.

Segundo a Rádio Vaticano, a homilia do Papa argentino foi inspirada na passagem bíblica do Livro dos Números, do Antigo Testamento, em que o povo hebreu no deserto murmura contra Deus, primeiro por não ter comida e depois por apenas ter maná para comer.
Muitos deles, segundo as escrituras, acabam por morrer com o surgimento de serpentes venenosas, até que Moisés intercede pelo povo junto de Deus e os hebreus são salvos do veneno com recurso a um bastão com uma serpente, “símbolo da Cruz onde irá estar suspenso Cristo”.
Quantos cristãos hoje morrem no deserto da sua tristeza, dos seus lamentos, por não estarem abertos à salvação de Deus”, referiu o Papa Francisco.

O Papa completou a sua homilia fazendo votos de que a Semana Santa que começa no próximo Domingo, e a festa da Páscoa, ajude as comunidades católicas, todos os cristãos, a estarem abertos ao projeto de salvação que Deus tem para cada uma deles.

“Que sejamos capazes de rejeitar esta tentação de nos afirmarmos cristãos sim, mas… de dizermos ‘sim, Deus é bom, sim, eu quero ser salvo mas…’ antes por esta ou aquela via”, concluiu.

Fonte: (Cidade do Vaticano, 24 mar 2015 (Ecclesia))


O que é a Quaresma?

A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja marca para nos preparar para a grande festa da Páscoa. É tempo para nos arrependermos dos nossos pecados e de mudar algo de nós para sermos melhores e podermos viver mais próximos de Cristo.


A Quaresma dura 40 dias; começa na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao longo deste tempo, sobretudo na liturgia do Domingo, fazemos um esforço para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que devemos viver como filhos de Deus.

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, de penitência, de conversão espiritual; tempo e preparação para o mistério pascal.

Na Quaresma, Cristo convida-nos a mudar de vida. A Igreja convida-nos a viver a Quaresma como um caminho para Jesus Cristo, ouvindo a Palavra de Deus, orando, compartilhando com o próximo e praticando boas obras. Convida-nos a viver uma série de atitudes cristãs que nos ajudam a parecer mais com Jesus Cristo, já que por acção do pecado, nos afastamos mais de Deus. Por isso, a Quaresma é o tempo do perdão e da reconciliação fraterna. Cada dia, durante a vida, devemos retirar dos nossos corações o ódio, o rancor, a inveja, os zelos que se opõem ao nosso amor a Deus e aos irmãos.
Na Quaresma, aprendemos a conhecer e a apreciar a Cruz de Jesus. Com isto aprendemos também a tomar a nossa cruz com alegria para alcançar a glória da ressurreição.

A duração da Quaresma está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia.
A Bíblia está repleta de passagens onde o número 40 possui um significado muito forte. Podemos encontrar na Bíblia os quarenta dias do dilúvio, os quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto (Êxodo), os quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha (I Reis 19, 1-18), os quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública (Lucas 4, 1-13), os quatrocentos anos que durou a estada dos judeus no Egipto...




sexta-feira, 20 de março de 2015

Leituras e Evangelho 22/03/2015

LEITURA I Jer 31, 31-34
«Estabelecerei uma aliança nova e não mais recordarei os seus pecados»
Ao longo de toda a História da Salvação, Deus, para levar os homens a estabelecerem com Ele relações pessoais, foi concluindo alianças com o Povo de Israel, através de homens extraordinários, que servem de mediadores. À humanidade decaída pelo pecado, que «vivia no terror dos deuses e do destino implacável». Deus ia assim revelando o Seu amor e os Seus desígnios de salvação.
Estas alianças, porém, eram provisórias, particulares, acompanhadas de promessas de carácter material e ligadas a um povo. Preparavam e conduziam a uma aliança nova, espiritual, definitiva e universal, que pela primeira vez, o profeta Jeremias anuncia ao Povo de Deus.

Leitura do Livro de Jeremias
Dias virão, diz o Senhor, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. Não será como a aliança que firmei com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egipto, aliança que eles violaram, embora Eu tivesse domínio sobre eles, diz o Senhor. Esta é a aliança que estabelecerei com a casa de Israel, naqueles dias, diz o Senhor: Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Já não terão de se instruir uns aos outros, nem de dizer cada um a seu irmão: «Aprendei a conhecer o Senhor». Todos eles Me conhecerão, desde o maior ao mais pequeno, diz o Senhor. Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 50 (51), 3-4.12-13.14-15 (R. 12a)
Refrão: Dai-me, Senhor, um coração puro. Repete-se
Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia,
apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade e purificai-me de todas as faltas. Refrão

Criai em mim, ó Deus, um coração puro e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença e não retireis de mim o vosso espírito de santidade. Refrão

Dai-me de novo a alegria da vossa salvação e sustentai-me com espírito generoso.
Ensinarei aos pecadores os vossos caminhos e os transviados hão-de voltar para Vós. Refrão

LEITURA II Hebr 5, 7-9
«Aprendeu a obediência e tornou-se causa de salvação eterna»
A Aliança anunciada por Jeremias, veio a realizar-se pelo mais perfeito dos mediadores – Jesus Cristo, Filho de Deus e irmão dos homens, segundo a natureza humana por Ele assumida.
Porque, foi sancionada com o Seu Sangue, no Sacrifício Pascal, («a nova Aliança no meu Sangue»), Jesus não é apenas o Mediador, mas a própria Aliança: Ele estabeleceu a comunhão perfeita dos homens com Deus.
Realidade definitiva, esta é a Aliança nova. Mas é também eterna. Não há necessidade de se repetir, como as antigas. Pela Eucaristia, feita em Sua Memória (I Cor. 11, 25), como Ele ordenou, a Aliança do Calvário torna-se presente em todos os lugares e tempos. Participando nela, com fé, os fiéis unem-se ao Mistério da nova e eterna Aliança, recebem a salvação preparada no Antigo Testamento e que será consumada pela vinda gloriosa de Cristo.

Leitura da Epístola aos Hebreus
Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com grandes clamores e lágrimas, Àquele que O podia livrar da morte e foi atendido por causa da sua piedade. Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna.
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 12, 26
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Se alguém Me quiser servir, que Me siga, diz o Senhor, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. Refrão

EVANGELHO Jo 12, 20-33
«Se o grão de trigo, lançado à terra, morrer, dará muito fruto»
Só morrendo é que a semente dá origem a uma vida nova, revelando assim a sua maravilhosa fecundidade.
Também para Jesus a morte é semente de uma vida maravilhosamente nova e fecunda. Graças à Sua morte redentora, os benefícios da salvação são, com efeito, comunicados a todos os homens, judeus ou pagãos. A Sua morte é a conclusão da Sua missão é, por isso, a hora da Sua glorificação.
Aceitando voluntariamente a morte, em filial e amorosa obediência ao Pai e aos Seus planos de salvação, Jesus «deu-nos a vida imortal».

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.
Palavra da salvação.

"Senhor, nós queríamos ver Jesus...."

sexta-feira, 13 de março de 2015

A tigela de madeira

História para reflectir...


Um senhor de idade foi morar com o seu filho, nora e o netinho de quatro anos de idade. As mãos do senhor eram trémulas, a sua visão "embaçada" e os seus passos vacilantes. A família comia reunida à mesa. Mas, as mãos trémulas e a visão "embaçada" do avô atrapalhavam-no na hora de comer. As ervilhas rolavam da sua colher e caíam no chão. Quando pegava no copo, o leite era derramado na toalha da mesa. O filho e a nora irritavam-se com tudo isso.
- Precisamos de tomar uma providência com respeito ao pai. - disse o filho. - Já tivemos suficiente leite derramado, barulho de gente a comer com a boca aberta e comida pelo chão.
Então, eles decidiram colocar uma pequena mesa num cantinho da cozinha. Ali, o senhor comia sozinho enquanto a restante família fazia as refeições à mesa, com satisfação. Desde que o senhor quebrou um ou dois pratos, a sua comida agora era servida numa tigela de madeira. Quando o neto olhava para o avô sentado ali sozinho, conseguia ver as lágrimas nos seus olhos. Mesmo assim, as únicas palavras que lhe diziam eram advertências ásperas quando ele deixava um talher ou comida cair ao chão.
O menino de quatro anos de idade assistia a tudo em silêncio. Uma noite, antes do jantar, o pai percebeu que o filho de quatro anos estava no chão, manuseando pedaços de madeira. Ele perguntou delicadamente à criança:
- O que estás a fazer?
O menino respondeu docemente:
- Estou a fazer uma tigela para si e para a mamã comerem, quando eu crescer.
O garoto de quatro anos de idade sorriu e voltou ao trabalho. Aquelas palavras tiveram um impacto tão grande nos pais que eles ficaram mudos. Então lágrimas começaram a escorrer nos seus olhos. Embora ninguém tivesse dito nada, ambos sabiam o que precisava de ser feito. Naquela noite o pai do menino de quatro anos pegou no seu pai pelas mãos e gentilmente conduziu-o à mesa da família. Dali para frente e até ao final dos seus dias ele comeu todas as refeições com a família. E por alguma razão, o marido e a esposa não se importaram mais quando um garfo caía, o leite era derramado ou a toalha da mesa se sujava.

(desconheço o autor)

Esta história, mostra-nos que as maiores lições de vida por vezes vêm da mão de uma criança…

O amor da Sagrada Família voltou a este lar, o qual ficou mais enriquecido. Não importa o tipo de relacionamento que se tem com os pais, sentiremos sempre falta deles quando partirem. Precisamos de amar e tornar digna a vida dos nossos pais, com tudo o que estiver ao nosso alcance.
Devemos aprender que se pode conhecer bem uma pessoa, pela forma como ela lida com dia chuvoso ou uma bagagem perdida, mas muito mais pelo valor que dá à verdade e ao amor, pelo respeito que mostra pelos mais velhos, pelos doentes, por aqueles que têm necessidades especiais…

Na realidade, "saber ganhar" a vida não é a mesma coisa que "saber viver". O dinheiro não é tudo. A vida às vezes dá-nos uma segunda oportunidade. Há que a reconhecer e aproveitar. Viver não é só receber, é, acima de tudo, também dar. Se procurarmos a felicidade, vamos-nos iludir, mas, se focalizarmos a atenção na família, nos amigos, nas necessidades dos outros, no trabalho e procurar fazer o nosso melhor, a felicidade vai com certeza encontrar-nos.
Sempre que decidimos algo com o coração aberto, geralmente acertarmos. Quando sentimos dores, não precisamos de ser uma dor para os outros. Devemos repartir a alegria e não a tristeza.
Diariamente é preciso alcançar e tocar em alguém. As pessoas gostam de um toque humano, segurar na mão, receber um abraço afectuoso, ou simplesmente um palmadinha amigável nas costas. E, acima de tudo, precisamos de reconhecer e admitir que ainda temos muito que aprender.
Às vezes as pessoas precisam de algo para iluminar o seu dia.
Devemos ser simpáticos, afáveis e amigos… Talvez as pessoas se esqueçam do que lhe
 dissemos, ou do que lhes fizemos, mas nunca esquecerão como as tratamos.
Se hoje somos filhos, amanhã seremos pais e avós. Devemos amar, com carinho e verdadeiramente, os nossos pais e avós, pois a eles devemos o nosso corpo, a nossa vida, o nosso espírito, a nossa existência na eternidade… Sejamos alguém especial!
Estejamos determinados a sermos pessoas alegres e felizes independentemente de qual seja a situação em que nos encontremos. É isto que devemos dizer a nós próprios, insistentemente…
De uma forma positiva
, aprendemos que não importa o que aconteça, ou quanto de mau pode parecer o dia de hoje, a vida continua, e amanhã será melhor.
Hoje muitos idosos são abandonados ou maltratados pelos seus familiares. Pois não há amor entre si, eles ficam abandonados nas ruas, ou alguém os coloca num estabelecimento de caridade, ou até mesmo num hospital com identidade falsa.

Devemos ser carinhosos e ter sempre muita compreensão. Afinal! Todos nós também iremos ficar "velhos" um dia. Por isso não devemos maltratá-los ou abandoná-los.

O idoso deve ser tratado com amor e carinho e ter o respeito dos jovens e adultos.
Só porque são idosos, não quer dizer que são inúteis.

" O idoso é um ser humano que precisa de carinho e compreensão."

"Nós não devemos julgar as pessoas pelo que elas aparentam, mas sim pelo que elas são." 

10 - Jesus ensina a respeito de nascer de novo

Na escuridão da noite, Jesus ensina Nicodemos sobre a necessidade de cada pessoa nascer de novo.

Leituras e Evangelho 15/03/2015

LEITURA I 2 Cr 36, 14-16.19-23
A indignação e a misericórdia do Senhor
manifesta-se no exílio e na libertação do povo

No tempo da Quaresma, a leitura do Antigo Testamento vai referindo os vários passos da história da salvação, para melhor nos fazer compreender como toda ela se encaminha para a Páscoa do Senhor, e como Deus salva os homens vindo ao encontro deles, mesmo nos caminhos por eles tão mal andados. Hoje vemos como os pagãos invadiram a Terra Santa, destruíram o templo e levaram cativo o povo para Babilónia, por este povo ter abandonado o Senhor e imitado as acções abomináveis dos pagãos. Mas, por fim, o próprio rei da Babilónia serviu ao Senhor de instrumento de salvação em favor do seu povo, dando-lhe de novo a liberdade e restituindo-o à terra que lhe havia sido tirada.

Leitura do Segundo Livro das Crónicas
Naqueles dias, todos os príncipes dos sacerdotes e o povo multiplicaram as suas infidelidades, imitando os costumes abomináveis das nações pagãs, e profanaram o templo que o Senhor tinha consagrado para Si em Jerusalém. O Senhor, Deus de seus pais, desde o princípio e sem cessar, enviou-lhes mensageiros, pois queria poupar o povo e a sua própria morada. Mas eles escarneciam dos mensageiros de Deus, desprezavam as suas palavras e riam-se dos profetas, a tal ponto que deixou de haver remédio, perante a indignação do Senhor contra o seu povo. Os caldeus incendiaram o templo de Deus, demoliram as muralhas de Jerusalém, lançaram fogo aos seus palácios e destruíram todos os objectos preciosos. O rei dos caldeus deportou para Babilónia todos os que tinham escapado ao fio da espada; e foram escravos deles e de seus filhos, até que se estabeleceu o reino dos persas. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciara pela boca de Jeremias: «Enquanto o país não descontou os seus sábados, esteve num sábado contínuo, durante todo o tempo da sua desolação, até que se completaram setenta anos». No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para se cumprir a palavra do Senhor, pronunciada pela boca de Jeremias, o Senhor inspirou Ciro, rei da Pérsia, que mandou publicar, em todo o seu reino, de viva voz e por escrito, a seguinte proclamação: «Assim fala Ciro, rei da Pérsia: O Senhor, Deus do Céu, deu-me todos os reinos da terra e Ele próprio me confiou o encargo de Lhe construir um templo em Jerusalém, na terra de Judá. Quem de entre vós fizer parte do seu povo ponha-se a caminho e que Deus esteja com ele». Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 136 (137), 1-2.3.4-5.6 (R. 6a)
Refrão: Se eu me não lembrar de ti, Jerusalém, fique presa a minha língua. Repete-se

Sobre os rios de Babilónia nos sentámos a chorar, com saudades de Sião.
Nos salgueiros das suas margens, dependurámos nossas harpas. Refrão

Aqueles que nos levaram cativos queriam ouvir os nossos cânticos e os nossos opressores uma canção de alegria:
«Cantai-nos um cântico de Sião». Refrão

Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estrangeira?
Se eu me esquecer de ti, Jerusalém, esquecida fique a minha mão direita. Refrão

Apegue-se-me a língua ao paladar, se não me lembrar de ti, se não fizer de Jerusalém
a maior das minhas alegrias. Refrão

LEITURA II Ef 2, 4-10
Mortos por causa dos nossos pecados, salvos pela graça
A leitura estabelece o contraste entre a situação de morte em que estávamos por causa das nossas faltas e a salvação que Deus nos oferece em Cristo Jesus. O Mistério Pascal que Jesus realizou passando, pela morte, à vida eterna, vivêmo-lo agora nós, que somos membros de Cristo e com Ele morremos, com Ele ressuscitámos, com Ele subimos para junto do Pai.

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Efésios
Irmãos: Deus, que é rico em misericórdia, pela grande caridade com que nos amou, a nós, que estávamos mortos por causa dos nossos pecados, restituiu-nos à vida com Cristo – é pela graça que fostes salvos – e com Ele nos ressuscitou e com Ele nos fez sentar nos Céus. Assim quis mostrar aos séculos futuros a abundante riqueza da sua graça e da sua bondade para connosco, em Jesus Cristo. De facto, é pela graça que fostes salvos, por meio da fé. A salvação não vem de vós: é dom de Deus. Não se deve às obras: ninguém se pode gloriar. Na verdade, nós somos obra de Deus, criados em Jesus Cristo, em vista das boas obras que Deus de antemão preparou, como caminho que devemos seguir.
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 3, 16
Refrão: Grandes e admiráveis são as Vossas obras, Senhor. Repete-se
Deus amou tanto o mundo  que lhe deu o seu Filho Unigénito: quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão

EVANGELHO Jo 3, 14-21
«Deus enviou o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele»
A partir deste IV Domingo as leituras do Evangelho são tiradas de S. João, tanto ao domingo como de semana. Hoje ela fala-nos da futura glorificação de Jesus pela Cruz e Ressurreição. É este o próprio movimento do Mistério Pascal, primeiro em Jesus, depois nos cristãos pela morte à vida, pela Cruz à glória. A Quaresma é também o tempo apropriado para entendermos melhor este caminho providencial de salvação, para depois celebrarmos a Páscoa com mais fé, em acção de graças a Deus e ao Senhor Jesus Cristo.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus.
Palavra da salvação.


sexta-feira, 6 de março de 2015

Leituras e Evangelho 08/03/2015

LEITURA I – Forma longa Ex 20, 1-17
«A lei foi dada por Moisés» (Jo 1, 17)
Na continuação das passagens especialmente significativas da história da salvação, lemos hoje a história de Moisés, o condutor do povo de Deus através do deserto, e aquele por meio de quem o Senhor deu a Lei que há-de orientar para Si os passos do seu povo. Moisés é, assim, uma figura de Jesus, o verdadeiro Pastor do Povo de Deus, como no Tempo da Páscoa O iremos contemplar.

Leitura do Livro do Êxodo
Naqueles dias, Deus pronunciou todas estas palavras: «Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa de escravidão. Não terás outros deuses perante Mim. Não farás para ti qualquer imagem esculpida, nem figura do que existe lá no alto dos céus ou cá em baixo na terra ou nas águas debaixo da terra. Não adorarás outros deuses nem lhes prestarás culto. Eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus cioso: castigo a ofensa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me ofendem; mas uso de misericórdia até à milésima geração para com aqueles que Me amam e guardam os meus mandamentos. Não invocarás em vão o nome do Senhor teu Deus, porque o Senhor não deixa sem castigo aquele que invoca o seu nome em vão. Lembrar-te-ás do dia de sábado, para o santificares. Durante seis dias trabalharás e levarás a cabo todas as tuas tarefas. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo nem a tua serva, nem os teus animais domésticos, nem o estrangeiro que vive na tua cidade. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm; mas no sétimo dia descansou. Por isso, o Senhor abençoou e consagrou o dia de sábado. Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar. Não matarás. Não cometerás adultério. Não furtarás. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo; não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença».
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 18 (19), 8.9.10.11 (R. Jo 6, 68 c)
Refrão: Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna. Repete-se

A lei do Senhor é perfeita, ela reconforta a alma;
as ordens do Senhor são firmes, dão sabedoria aos simples. Refrão

Os preceitos do Senhor são rectos e alegram o coração;
os mandamentos do Senhor são claros e iluminam os olhos. Refrão

O temor do Senhor é puro e permanece para sempre;
os juízos do Senhor são verdadeiros, todos eles são rectos. Refrão

São mais preciosos que o ouro, o ouro mais fino;
são mais doces que o mel, o puro mel dos favos. Refrão

LEITURA II 1 Cor 1, 22-25
«Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os homens, mas sabedoria de Deus para os que são chamados»
O mistério de Cristo crucificado, embora pareça um escândalo, é, no entanto, a manifestação da sabedoria de Deus, que assim, na aparente fraqueza do Crucificado, revela o poder salvador da sua graça.

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Coríntios
Irmãos: Os judeus pedem milagres e os gregos procuram a sabedoria. Quanto a nós, pregamos Cristo cruficado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios; mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
Palavra do Senhor.

ACLAMAÇÃO ANTES DO EVANGELHO Jo 3, 16
Refrão: Louvor a Vós, Jesus Cristo, Rei da eterna glória. Repete-se
Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito; quem acredita n’Ele tem a vida eterna. Refrão

EVANGELHO Jo 2, 13-25
«Destruí este templo e em três dias o levantarei»
O templo arrasado e levantado em três dias é figura da Morte e da Ressurreição de Jesus. É Ele o templo verdadeiro. Destruído pelos homens, que Lhe deram a morte, Deus O levantou, mais glorioso do que antes, ao ressuscitá-l’O de entre os mortos.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas. Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio». Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa». Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?». Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para se construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?». Jesus, porém, falava do templo do seu corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus. Enquanto Jesus permaneceu em Jerusalém pela festa da Páscoa, muitos, ao verem os milagres que fazia, acreditaram no seu nome. Mas Jesus não se fiava deles, porque os conhecia a todos e não precisava de que Lhe dessem informações sobre ninguém: Ele bem sabia o que há no homem.
Palavra da salvação.