O papa Francisco pediu hoje que os lares de idosos sejam “realmente casas e não prisões”, durante o discurso que fez na Praça de São Pedro por ocasião da 'Festa dos Avós'.
Perante cerca de 40.000 idosos que e encheram a praça, o Papa disse: “não podem existir centros onde os anciãos vivam esquecidos e escondidos”.
“As residências devem ser pulmões da humanidade num país, num bairro ou numa paróquia. Devem ser santuários de humanidade onde quem é velho e débil é cuidado como um irmão mais velho”, acrescentou.
O Papa Francisco reiterou a sua denúncia à chamada “cultura do descarte” e assegurou que o abandono dos idosos é como uma “eutanásia escondida”.
Para o papa Francisco, “um povo que não protege os seus avós e não os trata bem é um povo que não tem futuro. Não tem futuro porque perde a memória e separa-se das suas raízes”.
“Uma das coisas mais bonitas numa família é poder acariciar uma criança e deixar-se acariciar pelo avô ou pela avó”, disse.
Durante a cerimónia, que foi amenizada por cantores como o tenor Andrea Bocello, Massimo Ranieri e Claudio Baglioni, tomaram a palavra várias famílias que relataram o seu testemunho.
Entre estas encontrava-se um casal de idosos cristãos oriundos de Erbil, no Curdistão iraquiano, ambos de 70 anos e pais de dez filhos, que tiveram que fugir daquela região em Agosto, por causa da perseguição dos extremistas do Estado Islâmico.
Referindo-se a este casal, o pontífice assegurou que “a violência contra os idosos, tal como contra as crianças, é algo desumano”.
“A velhice é um tempo de graça, na qual o Senhor nos renova a sua chamada e nos diz que transmitamos a fé, e rezemos e intercedamos por quem tem necessidades”, expressou.
O papa destacou que os idosos são quem tem que “transmitir a experiência da vida, a história da família, da comunidade, de um povo e partilhar sabedoria”.
“Que sorte as famílias que têm os avós perto. Os avós são pais duas vezes”, acrescentou.