Quando Jorge tinha somente cinco anos, a professora do jardim-de-infância pediu aos alunos que fizessem um desenho de alguma coisa que eles amavam. Jorge desenhou a sua família. Depois, traçou um grande círculo com um lápis vermelho ao redor das figuras. Desejava escrever uma palavra em cima do círculo, então saiu da sua mesinha e foi até à mesa da professora e disse:
- Professora, como se escreve...
Ela não o deixou concluir a pergunta. Mandou-o voltar para o seu lugar e não se atrever mais a interromper a aula. Jorge dobrou o papel e guardou-o no bolso. Quando retornou para a sua casa, naquele dia, ele lembrou-se do desenho e tirou-o do bolso. Alisou-o bem sobre a mesa da cozinha, foi até à sua mochila, pegou num lápis e olhou para o grande círculo vermelho. A sua mãe estava a preparar o jantar, indo e vindo do fogão para a pia. Como ele queria terminar o desenho antes de o mostrar a ela perguntou-lhe:
- Mãe, como é que se escreve...
- Jorge, não estás a ver que agora estou ocupada? Vai brincar lá para fora. E não batas a porta. – diz a mãe.
Ele novamente dobrou o desenho e guardou-o no bolso. Naquela noite, tirou outra vez o desenho do bolso. Olhou para o grande círculo vermelho, foi até à cozinha e pegou no lápis. Ele queria terminar o desenho antes de o mostrar ao seu pai. Alisou bem as dobras e colocou o desenho no chão da sala, perto da poltrona do seu pai, e disse:
- Pai, como se escreve...
- Jorge, estou a ler o jornal e não quero ser interrompido. Vai brincar lá para fora. E não batas a porta. – diz o pai.
O Jorge dobrou o desenho e guardou-o no bolso. No dia seguinte, quando a sua mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso das calças do filho, enrolados num papel, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas. Todos os tesouros que ele apanhou enquanto brincava fora de casa. Ela nem abriu o papel. Atirou tudo para o lixo. Os anos passaram... Quando Jorge tinha 28 anos, a sua filha de cinco anos, Ana fez um desenho. Era o desenho da sua família. O pai riu-se quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e lhe disse:
- Este aqui é você, papá!
A menina também se riu. O pai olhou para o grande círculo vermelho feito pela sua filha, ao redor das figuras, e lentamente começou a passar o dedo sobre o círculo. Ana desceu rapidamente do colo do pai e avisou:
- Eu venho já! E voltou. Com um lápis na mão. Acomodou-se outra vez nos joelhos do pai, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande círculo vermelho e perguntou:
- Papá, como se escreve AMOR?
Ele abraçou a filha, tomou a sua mãozinha e a foi conduzindo, devagar, ajudando-a a formar as letras, enquanto dizia:
- AMOR, querida, AMOR escreve-se com as letras: T... E... M... P... O
(desconheço o autor)
Reflexão:
Conjugue o verbo amar todo o tempo. Use o seu tempo para amar. Crie um tempo extra para amar, não esquecendo que para os filhos, em especial, o que importa é ter quem ouça e opine, quem participe e vibre, quem conheça e incentive. Não espere que o seu filho tenha que descobrir sozinho como se soletra amor, família, afeição.
Por fim, lembre-se: Se você não tiver tempo para amar, crie. Afinal, o ser humano é um poço de criatividade, e o tempo... Bom, o tempo é uma questão de escolha.
Por fim, lembre-se: Se você não tiver tempo para amar, crie. Afinal, o ser humano é um poço de criatividade, e o tempo... Bom, o tempo é uma questão de escolha.
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