terça-feira, 19 de abril de 2011

Do Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa.

A Semana Santa é uma tradição religiosa do Cristianismo que celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus Cristo.
Inicia-se na celebração da entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, que ocorre do Domingo de Ramos, e tem o seu término com a ressurreição de Jesus Cristo, que ocorre no Domingo de Páscoa.

1) DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR: Abre solenemente a Semana Santa, com a entrada de Jesus em Jerusalém. Jesus é recebido em Jerusalém como um rei, mas os mesmos que o receberam com festa condenaram-o à morte. Jesus é recebido com ramos de palmeiras e oliveiras. Nesse dia, são comuns procissões em que os fiéis levam consigo ramos de oliveira ou palmeira, o que originou o nome da celebração.
Segundo os Evangelhos, Jesus foi para Jerusalém para celebrar a Páscoa Judaica com os (discípulos). Entrou na cidade como um Rei, mas sentado num jumentinho – o símbolo da humildade – e foi aclamado pela população como o Messias, o Rei de Israel. A multidão aclamava-o: “Hossana ao Filho de David!” Isto aconteceu alguns dias antes da sua Paixão, Morte e Ressurreição.
A Páscoa Cristã celebra então a Ressurreição de Jesus Cristo.

A celebração do Domingo de Ramos começa e os ramos que os fiéis levam consigo são abençoados pelo sacerdote. Então, este proclama o Evangelho da entrada de Jesus em Jerusalém, e inicia-se a procissão com algumas orações próprias da festa, rumo à igreja principal ou matriz. Ao chegar onde será celebrada a missa solene, a festa muda de carácter, passando a celebrar a Paixão de Cristo. É narrado o Evangelho da Paixão, e segue a Liturgia Eucarística como de costume.
O sentido da festa do Domingo de Ramos é tratar tanto da entrada triunfal de Cristo em Jerusalém, e depois recordar a sua Paixão, é que essas duas datas estão intimamente unidas.
A Igreja recorda que o mesmo Cristo que foi aclamado como Rei pela multidão no Domingo, é crucificado sob o pedido da mesma multidão na Sexta. Assim, o Domingo de Ramos é um resumo dos acontecimentos da Semana Santa, e também a sua solene abertura.
As vestes sagradas, tem por finalidade exprimir externamente de modo mais eficaz, por um lado, o carácter peculiar dos mistérios da fé que se celebram e, por outro, o sentido progressivo da vida cristã ao longo do ano litúrgico. Usa-se a cor vermelha no Domingo da Paixão (ou de Ramos).

2) SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA SANTA: É o segundo dia da Semana Santa. Onde o Nosso Senhor Jesus Cristo, começa a sua caminhada rumo ao calvário. A diferença dos outros dias da Semana Santa que contam com cerimónias singulares, na Igreja Católica a Segunda-Feira Santa continua a celebração normal de missas. Durante a missa, o Evangelho que é proclamado reflete a passagem da unção em Betânia, na casa de Lázaro, em que uma das suas irmãs, Maria unge Jesus com perfumes. A leitura corresponde ao Evangelho de São João: (Jo 12,1-11. ) Usa-se a cor Roxa.

3) TERÇA-FEIRA DA SEMANA SANTA: O anúncio da traição de Judas, (cf Jo 13,21-33.) E, a negação de Pedro (Jo 13,36-38.) Em alguns lugares é celebrada, as sete dores de Maria.
Respondeu-lhe Jesus: “Darás a tua vida por mim! … Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo até que me negues três vezes.”
Usa-se a cor Roxa.


4) QUARTA-FEIRA DA SEMANA SANTA: É o quarto dia da Semana Santa. Encerra-se aqui o período quaresmal. Em algumas igrejas celebra-se neste dia a piedosa procissão do encontro de Nosso Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores. Ainda há igrejas que neste dia celebram o Ofício das Trevas, lembrando que o mundo já está em trevas devido à proximidade da Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo. (Evangelho de Mt 26,14-25 – A traição de Judas.)
“Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e perguntou-lhes: Que quereis dar-me e eu vo-lo entregarei. Ajustaram com ele trinta moedas de prata.”
Usa-se a cor Roxa.


5) TRÍDUO PASCAL: é um conjunto de três dias, composto pela Quinta-Feira Santa, Sexta-Feira Santa e Vigília Pascal, véspera do Domingo da Ressurreição ou Domingo de Páscoa. Este último dia já não faz parte do Tríduo Pascal. Os ofícios da Semana Santa chegam à sua máxima relevância litúrgica, quando começa o Tríduo Pascal.

a) Quinta-feira Santa: É o quinto dia da Semana Santa. Neste dia é relembrada especialmente a Última Ceia. É também celebrada a Missa de Lava-pés, onde se relembra o gesto de humildade que Jesus realizou lavando os pés dos seus doze discípulos e comendo com eles a ceia derradeira. É neste momento que Judas Iscariotes sai a correr e vai entregar Jesus por trinta moedas de prata. É nesta noite em que Jesus é preso, interrogado e ao amanhecer da Sexta-feira, açoitado e condenado.
A igreja fica em vigília ao Santíssimo, relembrando os sofrimentos começados por Jesus nesta noite. A igreja já se reveste de luto e tristeza desnudando os altares, quando é retirado todos os enfeites, toalhas, flores, velas, tudo para simbolizar que Jesus já está preso e consciente do que vai acontecer.

Usa-se a cor: Branco.

b) Paixão do Senhor (Sexta-feira Santa): É quando a Igreja recorda a Morte do Salvador. É celebrada a Solene Ação Litúrgica, Paixão e Adoração da Cruz. A celebração da morte do Senhor consiste, resumidamente, na adoração de Cristo crucificado, precedida por uma liturgia da Palavra e seguida pela comunhão eucarística dos participantes. Presidida por um padre, presbítero ou bispo, paramentado como para a missa, de cor vermelha. (Evangelho: Jo 18,1-19,42.)
A Igreja exorta os fiéis a que neste dia observem alguns sinais de penitência, em respeito e veneração pela morte de Cristo. Assim, convida-os à prática do jejum e da abstinência da carne e qualquer tipo de ato que se refira a Prazer. Exercícios piedosos, como a Via-sacra e o Rosário, são também recomendados como forma de assinalar este dia especialmente importante para a fé cristã. As sete palavras de Jesus na cruz:
“Pai, perdoai-os porque eles não sabem o que fazem.” (Lc 23,34).
“Em verdade eu te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” (Lc 23,43).
“Mulher, eis aí teu filho; olha aí a tua mãe.” (Jo 19,26-27).
“Eli, Eli, lama sabachthani? (Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste?)” (Mt 27,46 e Mc 15,34)
“Tenho sede.” (Jo 19,28)
“Está consumado.” (Jo 19,30)
“Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito.” (Lc 23, 46)

c) Solene Vigília Pascal: A Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando na sua Paixão e Morte. Os altares continuam desnudados, pois, tal como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As únicas celebrações são as que fazem parte da Liturgia das Horas. Além da Eucaristia, é proibido celebrar qualquer outro sacramento, exceto o da Confissão. São permitidas exéquias, mas sem celebração de missa. A distribuição da comunhão eucarística só é permitida sob a forma de viático, isto é, em caso de morte. Após o anoitecer, Solene Vigília Pascal: também chamado de Grande Vigília, é a celebração mais importante do calendário litúrgico cristão, por ser a primeira celebração oficial da Ressurreição de Jesus. Historicamente, é durante essa celebração que as pessoas (especialmente adultos) são batizados e adultos catecúmenos são recebidos em plena comunhão com a Igreja.
É marcada pela primeira entoação desde o início da Quaresma do Glória e do Aleluia, uma característica litúrgica do Tempo Pascal. Acontece a Bênção do fogo, do Círio Pascal, da água batismal, a renovação das promessas batismais, a procissão de entrada, a proclamação da Páscoa, a liturgia da palavra, o Batismo e a Eucaristia.
Usa-se a cor: Branco.


6) PÁSCOA DO SENHOR: A Páscoa cristã celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, o seu corpo foi colocado num sepulcro, onde ali permaneceu por três dias, até à sua ressurreição.
Comemoração mais importante do cristianismo, que celebra a vida, o amor e a misericórdia de Deus.
Usa-se a cor: Branco.



(Autor CAF)

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