quinta-feira, 14 de julho de 2011

Deixa a raiva secar...

Beatriz ficou toda feliz porque teve de presente um conjuntinho de chá, todo azulinho, com bolinhas amarelas. No dia seguinte, Margarida, a sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar.
Beatriz não podia, pois ia sair com a sua mãe naquela manhã. Margarida então pediu à amiguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha na garagem do prédio. Beatriz não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.

Ao regressar do passeio, Beatriz ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá no chão. Faltavam algumas xícaras e a bandeja estava toda partida. A chorar e muito nervosa, Beatriz desabafou com a sua mãe:
- Estás a ver, mamã, o que a Margarida fez comigo? Emprestei-lhe o meu brinquedo, e ela estragou tudo e ainda o deixou no chão.
Totalmente descontrolada, Beatriz queria ir ao apartamento de Margarida pedir explicações. Mas a mãe, com muito carinho disse-lhe:
- Filhinha, lembras-te daquele dia quando saíste com o teu vestido novo todo branquinho e um carro, a passar, deitou lama para a tua roupa? Ao chegar a casa querias lavar imediatamente aquela porcaria, mas a avó não deixou. Lembras-te do que a avó disse?
- Ela disse-me para eu deixar o barro secar primeiro. Depois era mais fácil de limpar.
- Pois é, minha filha, com a raiva é a mesma coisa. Deixa a raiva secar primeiro. Depois é bem mais fácil resolver tudo.
Beatriz não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão. Pouco depois alguém tocou à campainha. Era a Margarida, toda sem graça, com um embrulho na mão. Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela disse:
- Beatriz, sabes aquele menino rebelde da outra rua que anda sempre a correr atrás de nós? Ele vinha para brincar comigo e eu não deixei. Então ele ficou zangado e estragou o brinquedo que me tinhas emprestado. Quando eu contei à minha mãe ela ficou preocupada e foi a correr comprar outro brinquedo igualzinho ao teu. Espero que não fiques com raiva de mim. Não tive culpa.
- Não faz mal, - disse a Beatriz, - a minha raiva já secou.
E dando um forte abraço à sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto para contar a história do vestido novo que tinha sujado de barro.

Moral da história:
Nunca tome qualquer atitude com raiva.
A raiva cega-nos e impede que vejamos as coisas como elas realmente são. Assim evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais pela sua posição ponderada e correta diante de uma situação difícil.
Lembre-se sempre: Deixe a raiva secar!

(desconheço o autor)



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