terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

As crianças e a Missa Dominical

  1. É desejável que, na medida do possível, os pais possam participar juntos e com os filhos na Santa Missa Dominical. É muito aconselhável que as crianças se vão habituando a estar na Missa. Logicamente, para que isso suceda, as igrejas devem ser espaços de acolhimento amigáveis, onde os pais se sintam à vontade, mesmo nos casos em que os filhos mais pequenos não estejam em condições de cumprir todas as normas do bom comportamento que a ocasião requer. Não se pode pedir às crianças, sobretudo às mais pequenas, que estejam totalmente caladas e quietas durante uma hora. As famílias com crianças pequenas devem sentir-se bem acolhidas na igreja, pois já bastam os muitos problemas que lhes criam em muitos outros âmbitos. Se os pais pelo menos tentam manter os seus filhos bem comportados na Missa, que mais lhes podemos pedir?
  2. Não encontrámos em nenhum lugar conselhos do estilo: «ponha os seus filhos a ver um filme numa sala enquanto você vai à Missa.» De fato, é preferível que, pouco a pouco, as crianças se vão habituando a estar na casa de Deus e a rezar.
  3. Estas são as orientações gerais que o Oratório de S. Josemaria adotou. Assumida a premissa de que é bom trazer as crianças à Missa, também se pode acrescentar que é conveniente que elas vão aprendendo a estar num espaço sagrado, a entender que é diferente de outros espaços e, à sua maneira, a «sentir» Deus na Missa. Recolhemos em sites de diferentes países, uma série de sugestões que talvez possam ajudar os pais a poderem aproveitar a Missa para que os filhos dêem os seus primeiros passos na relação com Deus. São, repito, sugestões: ninguém as considere como uma lista de mandamentos, com valor absoluto. Serão bem-vindas outras experiências positivas que iremos acrescentando à medida que as formos recebendo.
  4. Obviamente, as crianças recém nascidas não tem obrigação de ir à Missa e, às vezes, os pais podem optar por deixá-las em casa de outros familiares.
 ANTES DA MISSA
  1. Prepare os filhos para a Missa. Explique-lhe, de forma breve mas clara, com alegria e entusiasmo o que vão fazer, a importância da Missa, qual o comportamento que os pais esperam dos filhos: que estejam com Jesus, que não distraiam as outras pessoas que querem estar com Jesus, etc.
  2. Quando são mais velhinhos podem ler no carro o Evangelho do dia: isso pode ser um encargo para um dos filhos. Pode ser útil explicar-lhes o que vão ouvir nesse dia e também pode ajudar fazer-lhes algumas perguntas para responderem depois da Missa (por exemplo: com quem é que Jesus falou no Evangelho que vão escutar; Jesus contou alguma história? Sobre o que era? etc.)
  3. Se a criança não quer ir à Missa é bom perguntar-lhe porquê. Talvez ela própria não saiba dizer a razão. Mas vale a pena procurar compreendê-la e dar-lhe uma resposta adaptada à sua idade. Na maioria dos casos, a criança não espera que os pais cedam e a deixem ficar em casa mas que lhe dêem razões e a ajudem a ultrapassar a dificuldade.
  4. Assegure que as crianças vão bem alimentadas para a Missa: elas não têm que jejuar! No entanto e na medida do possível, é preferível evitar dar-lhes alimentos dentro da igreja.
  5. Mesmo no caso de crianças pequenas, é bom vesti-las com algo um pouco melhor. Não tem por que ser algo caro. Às vezes basta um par de sapatos especial para essas ocasiões «especiais».
  6. É bom que as mães levem no seu saco o que for necessário para emergências com crianças. Isso pode incluir pequenos brinquedos ou livros que eles só usam nesse dia. Os brinquedos não devem ser ruidosos e devem ser feitos de um material suave que não faça barulho quando cai (porque vai cair com toda a certeza…). Mas aos poucos vá explicando que na Missa não se pode levar brinquedos, retirando esse costume, para que possam desde pequenos aprender a ficar atentos e em espírito de oração.
  7. Chegue pontualmente à Missa, de preferência minutos antes de que inicie. A Missa deve ser para a família o ato mais importante da semana; portanto, todos devem começar a preparar-se com a suficiente antecipação para sair de casa a horas e chegar a tempo. No entanto, para sair de casa não deve haver irritações nem reclamações. Se não é possível assistir na hora prevista, assista com a família sem raiva à Missa seguinte: se habitualmente há zangas e discussões, a ida à Missa pode-se tornar algo desagradável para as crianças.
  8. Pode ser útil ir com as crianças `casa de banho mesmo antes de entrarem na igreja.
  9. Ao entrar na igreja, escolha um lugar estratégico: se as crianças já têm alguns anos, escolha os lugares mais próximos do altar onde eles podem ver melhor o que sucede e estar com maior atenção. Se são mais pequenos ou muito irrequietos, fique mais perto da saída.
  10. Ao tomar lugar nos assentos, separe os filhos com problemas. Você sabe quais são. Sentar uma criança a cada lado do pai ou da mãe é uma boa prática. Isto é especialmente importante se tendem a pegar muito um com o outro.
DURANTE A MISSA
  1. Os pais devem rezar para que as crianças se portem bem.
  2. Durante a Missa, elogiar as crianças quando estão a cumprir o que lhes foi pedido: «estás a fazer tudo muito bem! Estou muito contente contigo!» Repetir-lhes os elogios à saída da Missa e na vez seguinte recordar-lhes como se portaram tão bem na vez anterior.
  3. Faça que os filhos ouçam os pais a participar na Missa: é recomendável pronunciar bem, vocalizando, para que eles ouçam e aprendam. Dê-lhes uma olhadela animando-os a que participem quando lhes for possível fazê-lo: «agora vamos persignar-nos… agora vamos rezar o Pai-Nosso…»
  4. Permita que cada filho ponha uma moeda ou duas na sacola da coleta no ofertório. Faça que se sintam generosos. Às vezes, sentir-se generoso realmente inspira generosidade. Não é assim todas as vezes, mas muitas, sim.
  5. Depois da comunhão, é bom que os pais adotem uma atitude de muito respeito. É conveniente animá-los a que eles também se ponham de joelhos e rezem.
  6. Se as crianças são muito pequenas, convém levar livros e lápis de cor para pintar a vida de Jesus ou entregar-lhes algum livro ilustrado: sobre Jesus, ou sobre o que está a suceder na Missa, etc.
  7. Se a criança se sente muito irrequieta, os pais podem convidá-la a sair com um deles e a escutarem ambos a Missa do lado de fora. Também com crianças muito pequenas pode ser difícil obrigá-las a estar caladas: é preferível ouvir a Missa no hall de entrada onde as crianças podem fazer barulho ou também na zona insonorizada.
  8. Vá a Missas celebradas por sacerdotes que eles conheçam ou possam conhecer, para que os respeitem e os cumprimentem quando houver oportunidade: alguns casos à saída da Missa. O respeito pelo sacerdote (que faz as vezes de Jesus!) serve para explicar-lhes que quando o sacerdote entra as pessoas se levantam e que só depois dele sair é que os outros saem.
  9. Anime-os (de vez em quando) a reparar no que sucede na Missa. Se são mais velhinhos, explique-lhes o que está a acontecer em cada parte da Missa para que entendam o porquê das ações do sacerdote. Obviamente, é preciso responder às perguntas que eles façam.
  10. Invente um jogo auditivo. Durante a Missa, faça com que os filhos percebam quantas vezes ouvem uma palavra específica; Pode ser “amém”, “vinde”, “oremos” ou qualquer outra palavra de uso comum repetida durante a Missa. Não apenas os manterá ocupados, mas também os animará a escutar o que está acontecendo, e participarão em maior medida.
  11. Se as crianças precisam de melhorar alguma coisa pode ser útil referi-lo brevemente no final da Missa e explicar-lhes que na semana seguinte lhes vão recordar isso.
  12. E se, apesar de tudo, os filhos se portam mal? Não se preocupe demasiado: muita gente nem sequer reparará e a maioria dos adultos continuará a rezar sem se deixar afetar por uma pequena distração.
  13. Se a criança grita ou não para de fazer barulho é preferível levá-la lá para fora até que se acalme. Mas assim que sossegar deve voltar para dentro para que não associe portar-se mal e sair da Missa. Além disso, com esse gesto as outras pessoas percebem que os pais estão a tentar fazer o que podem. Ninguém levará a mal se o êxito não é completo.
  14. No caso da criança se ter portado mal, deve ou não ser castigada? Essa decisão tem a ver com o modo como os pais educam os seus filhos. Se os pais pensam que devem dar algum sinal à criança de que ela não se portou bem, aconselharia a que fosse algo suave.
Fonte: (Oratório de S. Josemaria – Portugal)

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