quinta-feira, 6 de julho de 2017

«Ser catequista não é um hobby, um passatempo ou um gosto»

Na Eucaristia do encerramento da XIII jornadas de Verão o Bispo Auxiliar do Porto, D. António Augusto Azevedo afirmou que ser catequista implica “um encontro com Jesus”, um “compromisso” e um “seguimento como discípulo que anuncia o amor de Deus”.
Na sua homilia, e tomando o trecho do evangelho proposto para este domingo pela liturgia,  o prelado lembrou que para “ser digno do tesouro de batizados” os catequistas devem “percecionar esta dignidade através da graça de Jesus”:
“Ser catequista reveste-se de uma enorme dignidade. Da qual cada comunidade cristã é chamada a reconhecer. Esta é uma missão muito digna e essencial para a renovação das comunidades cristãs”.
D. António Augusto Azevedo afirmou ainda a missão do catequista como “vital para a renovação das comunidades e a descoberta da fé dos mais novos”.
Aos catequistas o Bispo Auxiliar do Porto pediu para colocarem “o Senhor no centro da vida”:
“A centralidade estabelece-se através de uma forte experiência do encontro com Cristo vivo. Estabelece, a partir desse encontro um lado de comunhão e de vida”.
“O perfil do catequista apresentado na carta pastoral sobre a catequese, no número 31, pede-se para serdes «um guia espiritual que acompanha ao encontro com o Senhor»”.
D. António Augusto Azevedo afirmou que apenas o que “é movido pelo amor de Deus” sabe e sente “que esse amor deve ser testemunhado e partilhado com todos”, afirmou.
“O amor a Jesus não exclui ninguém mas purificando o nosso olhar e o nosso coração somos capazes de amar os outros já sem a marca do egoísmo. Um amor mais puro, mais livre e mais libertador. Um amor que advém do amor de Deus”.
Como segundo compromisso lembrou a necessidade do catequista “tomar a cruz de Jesus de modo a percorrer o caminho estreito que conduz à vida plena, à Páscoa”:
“Ser catequista não é um hobby, um passatempo ou um gosto, mas um compromisso que se assume com plena consciência e com alegria”.
D. António Augusto Azevedo afirmou que “ser digno da missão de jesus como catequista” significa “entender a vida como Dom, em entrega por amor como Ele aos irmãos”:
“O tempo dedicado à catequese, a disponibilidade para ter momentos de formação, ou o tempo gasto com os pais e as crianças, constituem-se como sinais de vidas dadas por amor. Um amor gratuito que nada espera em troca”, sustentou.
Na conclusão da sua homilia o bispo auxiliar do Porto convidou os catequistas a se sentirem enviados “a crescer a fé nos mais novos” tendo a consciência “de que somos semeadores da boa nova do reino”.



1 comentário:

francisco disse...

Às vezes fico na dúvida de que fazer do Amor e da experiência o ponto central de ter Fé e de a viver não colocará de fora muita gente?
Nem todos conseguimos ser como São João Evangelista que tão bem descreve esse Amor, alguns serão como São João Baptista, outros como São Paulo que lembra o dever, São Pedro que lembra o preço pelo qual fomos resgatados... Onde está o lugar para o cobrador de impostos que aparece no Evangelho e do qual Jesus diz que está justificado? Ele não mostra amor mas sim o reconhecimento de Deus e mostra ter verdadeira contrição. Ou será que no fundo está aí o verdadeiro amor em simplemente reconhecer Deus e viver de acordo com Ele, pelo menos tentando e tendo verdadeira contrição, em vez de ser um amor que nos propociona uma experiência?

"O cobrador de impostos, mantendo-se à distância, nem sequer ousava levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.’ Digo-vos: Este voltou justificado para sua casa, e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado." (Lc 18, 13-14)