segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Descontrolo

Naquele dia de sol, José chegou feliz e estacionou o reluzente camião em frente à porta da sua casa. Após 20 anos de muita economia e intenso trabalho, sacrificando dias de repouso e lazer, ele conseguiu: Comprou um camião. Orgulhoso, entrou em casa e chamou a esposa para ver a sua aquisição. A partir de agora, seria o seu próprio patrão. Ao chegar próximo do camião, uma cena o deixou descontrolado. O seu filho de apenas 6 anos estava a martelar alegremente a lataria do camião. Irritado e aos berros, "atacou" contra o filho. Tomou o martelo das mãos dele e, totalmente fora do controlo, martelou as mãozinhas do menino.
Sem entender o que estava a acontecer, o menino pôs-se a chorar de dor, enquanto a mãe interferiu e retirou o pequeno dali.
Na sequência, ela trouxe o marido de volta à realidade e juntos levaram o filho ao hospital, para fazer os curativos. O que imaginavam, no entanto, fosse simples, descobriram ser muito grave. As marteladas nas frágeis mãozinhas tinham feito muitos danos que o menino foi encaminhado para a cirurgia imediata. Passadas várias horas, o cirurgião veio ao encontro dos pais e informou-lhes que as dilacerações tinham sido de grande extensão e os dedinhos tiveram que ser amputados. De resto, - continuou o médico, - a criança era forte e tinha resistido bem ao acto cirúrgico. Os pais poderiam aguarda-lo no quarto para onde seria conduzido.
Com um aperto no coração, os pais esperaram que a criança despertasse. Quando, finalmente, abriu os olhos e viu o pai o menino abriu um sorriso e falou:

- Papá desculpe-me, eu só queria consertar o seu camião, como você me ensinou no outro dia. Não fique zangado comigo.
O pai, com lágrimas a escorrer pela face, em desconsolo aproximou-se mais e disse-lhe que não tinha importância o que ele tinha feito. Mesmo porque, a lataria do camião nem tinha sido estragada.
O menino insistiu: - Quer dizer que não está mais zangado comigo?

- Não, mesmo. - respondeu o pai.
- Então, - perguntou o menino, - se estou perdoado, quando é que meus dedinhos vão nascer de novo?

(desconheço o autor)

Moral da história:
De todas as vezes que perdemos a calma, perdemos também a lucidez e o bom senso. Nesses momentos, podemos cometer muitas tolices. E quando investimos contra as criaturas que amamos, podemos magoa-las muito. Podemos feri-las com palavras e com actos. E, tratando-se de crianças, que são frágeis e ficam indefesas frente ao descontrolo dos adultos, tudo assume maior gravidade.
Nunca permitamos a fúria, que é sempre má companhia. Dominemos as nossas más tendências e os nossos impulsos agressivos, recordando que nada na vida é mais precioso do que as pessoas.
As coisas que possamos adquirir nos servirão por algum tempo, mas, somente os nossos amores estarão sempre connosco, não importando o local ou as condições que venhamos a nos encontrar.
Preservemos a calma e ofertemos para aqueles que são os "sóis" das nossas vidas somente o carinho, a ternura e as doces manifestações do amor.

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