sábado, 10 de janeiro de 2015

Papa elogia papel das mães na Igreja e na sociedade

O Papa Francisco fala num «martírio materno» em favor dos filhos
Elogiou no Vaticano o papel das mães na Igreja e na sociedade, falando num “martírio materno” de quem dá a sua vida pelos filhos.

“As mães são o antídoto mais forte para o alastramento do individualismo egoísta. ‘Indivíduo’ significa ‘que não se pode dividir’; as mães, pelo contrário, dividem-se a partir do momento em que acolhem um filho para o dar ao mundo e fazê-los crescer”, disse, num encontro que decorreu na sala de audiências Paulo VI, por causa das condições meteorológicas em Roma.
O Papa citou o arcebispo salvadorenho D. Oscar Arnulfo Romero - morto a tiro em 1980, às mãos da junta militar que dominava o país - que no funeral de um padre assassinado pelos ‘esquadrões da morte’ falou no “martírio materno”.

“Sim, ser mãe não significa apenas pôr um filho no mundo, mas é também uma escolha de vida, a escolha de dar vida”, declarou o Papa Francisco.
Segundo o Papa, a maternidade é pouco ajudada na vida diária, “pouco considerada no seu papel central na sociedade”.
“Seria preciso compreender mais a sua luta quotidiana para serem eficientes no trabalho e atentas e afectuosas na família, seria preciso perceber melhor as suas aspirações para exprimir os melhores e autênticos frutos da sua emancipação”, apelou.

O Papa Francisco sustentou que uma sociedade sem mães “seria uma sociedade desumana” e deixou o seu “obrigado” a todas as mães pelo que oferecem “à Igreja e ao mundo”.
Também recordou, a este respeito, o exemplo da sua mãe, com cinco filhos, que “andava de um lado para outro, mas era feliz”.

A intervenção lembrou as mães que “recebem uma carta a dizer que os seus filhos caíram em defesa da sua pátria”. “Pobres mulheres, como sofre uma mãe”, declarou.

O Papa Francisco deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, agradecendo “os votos e preces” por si durante as festividades do Natal.
“De todo o coração desejo a todos um feliz Ano Novo, pedindo a Nossa Senhora, Mãe de Deus e da Igreja, que seja a estrela que protege a vida das vossas famílias. Que Deus vos abençoe”, prosseguiu.
A audiência contou com uma delegação de sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz, libertados há 70 anos.
O primeiro encontro semanal de 2015 contou com uma exibição do ‘Golden Circus’ de Liana Orfei, que o Papa agradeceu e considerou como exemplo da “beleza” e da “harmonia” que este espectáculo oferece.

“As pessoas que fazem o espectáculo do circo criam beleza, são criadores de beleza, e isto faz bem à alma. Quanta necessidade temos de beleza”, afirmou.
“Deus é verdadeiro, certamente, é bom, sabe fazer as coisas, criou o mundo, mas sobretudo Deus é belo. A beleza de Deus! E muitas vezes esquecemos-nos da beleza: a humanidade sente, pensa, faz, mas hoje tem muita necessidade de beleza”, acrescentou.
Fonte: (Vaticano: Agência Ecclesia 07 de Janeiro de 2015, )



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